EUA sancionam primos de Bashar al-Assad por tráfico de droga

Os Estados Unidos impuseram hoje sanções a dois primos do Presidente sírio Bashar al-Assad, acusados de traficarem a droga captagon, um estimulante do qual a Síria se tornou um exportador mundial.

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Lusa
28/03/2023 23:57 ‧ 28/03/2023 por Lusa

Mundo

EUA

As sanções, tomadas em conjunto com o Reino Unido, visam Samer Kamal al-Assad e Wassim Badi al-Assad, dois primos do Presidente sírio, destacou em comunicado o Departamento do Tesouro dos EUA.

O primeiro tem uma fábrica na cidade costeira de Latakia, que produziu 84 milhões de comprimidos de Captagon em 2020, explicou a mesma fonte, citada pela agência France-Presse (AFP).

"A Síria tornou-se líder mundial na produção de captagon, que é extremamente viciante, e grande parte do qual passa pelo Líbano", frisou Andrea Gacki, do Tesouro norte-americano.

O captagon, uma anfetamina retirada de uma antiga droga psicotrópica, anteriormente associada aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, gerou uma indústria ilegal de mais de 10.000 milhões de dólares (cerca de 9.230 milhões de euros) que apoia o regime do Presidente al-Assad, tornando a Síria o mais recente narcoestado do mundo.

Esta droga ilícita espalhou-se pelo Médio Oriente, onde a Arábia Saudita é o maior mercado.

Outros alvos de sanções dos EUA divulgadas hoje incluem o traficante libanês Nouh Zaiter, que é procurado pelas autoridades, e Hassan Dekko, que chefia uma rede libanesa-síria.

Estas sanções surgem num momento em que os apelos dos Estados Unidos contra a normalização das relações com o Presidente Assad são cada vez menos acolhidas por outros países.

Al-Assad estava diplomaticamente isolado desde a repressão aos protestos populares em 2011 que resultaram numa longa guerra civil.

No entanto, desde o terremoto na Síria (e na Turquia) em 06 de fevereiro, os países árabes intensificaram os seus contactos e enviaram ajuda a Damasco.

As sanções dos EUA visam congelar quaisquer ativos sob jurisdição dos EUA e impedir que entidades da lista negra acedam a mercados e serviços financeiros internacionais.

Leia Também: EUA e aliados querem transparência para combater 'dinheiro sujo'

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