O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, reforçou, esta sexta-feira, que qualquer cessar-fogo consagraria "o direito de a Federação Russa permanecer nos territórios ocupados" na Ucrânia, o que qualificou como "totalmente inadmissível". O responsável salientou, por isso, que Kyiv "tem direito a movimentar tropas conforme considere necessário", defendendo que "estranhos ‘pacificadores’ seriam ridículos".
"Mais uma vez, por pontos. Qualquer cessar-fogo consagrará o direito de a Federação Russa permanecer nos territórios ocupados. Isso é totalmente inadmissível... A Ucrânia tem o direito a movimentar tropas e equipamentos no seu território conforme considere necessário. Estranhos ‘pacificadores’ seriam ridículos", escreveu Podolyak, na rede social Twitter.
Estas declarações surgiram depois de o primeiro-ministro turco, Viktor Orbán, ter admitido que a União Europeia (UE) está pronta para discutir o envio de "forças de paz" para aquele país, uma vez que o continente europeu está "indiretamente em guerra com a Rússia".
Acumulam-se as declarações do conselheiro presidencial ucraniano quanto à rejeição de conversações com a Rússia que, a seu ver, não trariam paz, mas multiplicariam as vítimas, ao representar a vitória de Putin.
Once again by points. Any ceasefire will mean RF’s right to stay in the occupied territories. This is totally inadmissible... 🇺🇦 has the right to move troops and equipment on its territory as it deems necessary. Weird "peacekeepers" look ridiculous.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 31, 2023
Ainda assim, Podolyak indicou, noutra ocasião, que "a Ucrânia nunca se recusou a negociar". "A nossa posição de negociação é conhecida e aberta. Putin está pronto? Obviamente que não. Portanto, somos construtivos na nossa avaliação: falaremos com o próximo líder da [Rússia]", disse, alertando que, para a porta das conversações ser aberta, a Rússia deverá retirar as suas tropas da Ucrânia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.401 civis desde o início da guerra e 14.023 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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