Secretária de Estado francesa é capa da Playboy (e choveram críticas)

Marlène Schiappa defende que o direito de as mulheres exporem o seu corpo "está em todo o lado".

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Teresa Banha
03/04/2023 16:42 ‧ 03/04/2023 por Teresa Banha

Mundo

França

A secretária da Economia Social e Solidária e Vida Associativa de França, Marlène Schiappa, tem vindo a receber duras críticas depois de ser conhecido que vai aparecer na revista Playboy. 

De acordo com as publicações internacionais, apesar do caráter erótico da revista, a responsável francesa não aparece nua e a sua intervenção é no âmbito de uma entrevista sobre os direitos das mulheres e LGBT+. É ainda abordado o tema do aborto.

Antes da carreira política, Schiappa já era uma conhecida ativista dos direitos das mulheres, sendo também uma autora.

"A defesa do direito das mulheres exporem o seu corpo está em todo lado e o tempo todo. Em França, as mulheres são livres. Com todo o respeito aos hipócritas", escreveu no sábado numa publicação partilhada no Twitter.

A política, de 40 anos, foi criticada pela primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne. A informação é avançada pela publicação francesa Le Parisien, que refere que Borne terá dito a Schiappa que "a situação não era adequada, ainda para mais neste momento" - referindo-se à insatisfação do povo francês, que tem saído à rua para se manifestar contra o aumento da idade da reforma.

A edição, da qual Schiappa é a primeira página, será publicada na quinta-feira, segundo a publicação francesa.

As críticas também surgiram de outros políticos, como o ex-candidato presidencial Jean-Luc Mélenchon, que recorreu ao Twitter para lembrar que também o presidente do país, Emmanuel Macron, deu uma entrevista a uma revista para crianças. "França está a descarrilar", escreveu no Twitter.

Já esta segunda-feira, Mélenchon voltou a referir-se ao assunto. "Macron e a sua equipa estão num impasse em que não sabem como sair do maior conflito social dos últimos anos", defendeu, no âmbito de uma conversa sobre a entrevista da secretária de Estado. "Então lançam entretenimentos para não falar do assunto principal", rematou, referindo-se ao aumento da idade das reformas.

Já o editor da edição francesa da Playboy, Jean-Christophe Florentin, defendeu, ao contrário dos políticos acima mencionados, e de outros, sublinhando que Schiappa era uma voz forte na defesa dos direitos das mulheres. "A Playboy não é uma revista pornográfica leve, mas um 'mook' [mistura de livro e revista] trimestral de 300 páginas que é intelectual e está na moda", disse.

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