A professora que foi baleada por um aluno, de seis anos, no início de março, em Newport News, no estado norte-americano de Virgínia, deu início a um processo legal, esta segunda-feira, e pediu uma indemnização de quase 37 milhões de euros.
De acordo com a Associated Press (AP) a docente, Abigail Zwerner, acusa o estabelecimento de negligência grosseira por, alegadamente, terem ignorado vários avisados de que a criança, de seis anos, tinha uma arma e que estava com uma "disposição violenta".
O processo visa o Conselho Escolar de Newport News, o ex-superintendente George Parker III, a ex-diretora da escola, Briana Foster Newton, e a ex-diretora assistente escolar, Ebony Parker.
De acordo com a advogada da ex-diretora da escola, a sua cliente não tinha conhecimento de que havia uma arma na escola no dia em que a tragédia aconteceu. Ninguém foi acusado no âmbito desta situação, tendo o superintendente escolar sido despedido, e a assistente ter-se-á demitido. Já a diretora ainda estará contratada pela escola, mas é desconhecido o atual cargo que ocupa, de acordo com a AP.
De acordo com o processo que deu entrada hoje, os advogados defendem que todos os visados "sabiam do historial de violência do rapaz" na escola e em casa, incluindo um episódio em que este "estrangulou e sufocou" uma professora do jardim de infância. Apesar de ter saído daquele agrupamento, os responsáveis permitiram que este voltasse no ano seguinte.
De acordo com os advogados, o seu horário era diferente “porque ele perseguia os alunos com um cinto e tentava chicoteá-los”. De acordo com o cronograma modificado, citado pela AP, um dos pais do menino foi obrigado a acompanhá-lo durante o dia escolar.
A docente, de 25 anos, foi alvejada por um aluno do 1.º ano na sala de aula. Segundo as autoridades contaram na altura, a criança "pegou na arma, apontou e disparou". As autoridades acrescentaram também que apesar de já ter sido atingida na mão acima referida, e na parte superior do peito, a docente conseguiu retirar da sala todos os estudantes, mantendo-os em segurança.
Após a tragédia, a família referiu em comunicado que a arma estava num sírio "seguro" e que sempre foram responsáveis no manuseamento.
Abigail Zwerner foi submetida a quatro cirurgias, a última das quais na mão esquerda, em que um dos ossos ficou afetado. Também a zona dos pulmões ficou perturbada e os médicos tiveram de introduzir, numa outra cirurgia, um dreno torácico. "Por tudo aquilo que passei, tento manter-me positiva. Tento ver aonde o futuro me leva", referiu, na primeira entrevista que deu depois do que aconteceu, e na qual abriu logo a possibilidade para um caminho legal.
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