"Para seu próprio proveito, os Estados Unidos (...) estão continuamente a reforçar o seu destacamento militar na região, o que certamente aumentará a tensão militar e comprometerá a paz e a estabilidade regionais", disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.
"Os países da região devem pensar cuidadosamente sobre o que é realmente apropriado e mutuamente benéfico, a fim de fazerem escolhas que sejam positivas para os seus interesses, bem como para a paz e a estabilidade regionais", realçou.
As Filipinas anunciaram, na segunda-feira, a localização das quatro novas bases militares que vão disponibilizar aos Estados Unidos. Uma das bases fica perto do disputado Mar do Sul da China e outra nas proximidades de Taiwan.
Estes quatro locais são considerados "apropriados e mutuamente benéficos", disse a assessoria de imprensa presidencial filipina, em comunicado.
Washington e Manila são aliados há décadas, inclusive por meio de um tratado de defesa e de um pacto de 2014, conhecido como EDCA (Acordo de Cooperação Reforçada em Defesa), que permite aos soldados dos EUA o acesso a cinco bases filipinas, mas também o armazenamento de equipamento militar no país.
O número de bases aumentou para nove em fevereiro, mas a localização das quatro bases adicionais não tinha ainda sido anunciada.
Washington está a tentar reforçar os seus laços com Manila, que foram abalados nos últimos anos. O anterior presidente filipino, Rodrigo Duterte, preferiu recorrer à China em detrimento dos Estados Unidos, antiga potência colonial.
Mas o novo governo filipino de Ferdinand Marcos Jr quer fortalecer a sua parceria com Washington, impulsionada pelas reivindicações de Pequim sobre Taiwan e pela construção de bases chinesas no Mar do Sul da China.
Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar dos protestos das Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei, que também reivindicam áreas naquelas águas.
Leia Também: Ucrânia. Posições de Pequim determinarão "qualidade das relações" com UE