Oposição da Guiné Equatorial pede mandado de detenção de filho de Obiang

O Movimento para a Libertação da Guiné Equatorial - Terceira República (MLGE3R) solicitou à justiça espanhola a emissão de mandados de detenção contra Carmelo Ovono Obiang, filho do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, confirmaram hoje fontes judiciais.

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Lusa
05/04/2023 15:16 ‧ 05/04/2023 por Lusa

Mundo

Guiné Equatorial

O pedido para a emissão de mandados de detenção a nível nacional e ainda à escala europeia e internacional, abrange também o ministro da Segurança Nacional da Guiné Equatorial, Nicolás Obama Nchama, e o diretor geral da Segurança Presidencial, Issac Nguema Ondo.

A emissão dos mandados de captura dos três, acusados de terem alegadamente torturado opositores do regime equato-guineense, foi justificada pelo MLGE3R por não terem comparecido perante o juiz da Audiência Nacional Santiago Pedraz na semana passada.

Segundo a agência Europa Press, o pedido escrito de busca e detenção foi apresentado a 29 de março, um dia depois de os acusados não terem comparecido perante o juiz, apesar das facilidades dadas pelo magistrado que permitiu que o interrogatório fosse efetuado por videoconferência.

O processo em causa está relacionado com a investigação aberta em outubro de 2022 por Pedraz de uma queixa apresentada pelo MLGE3R contra os três arguidos pelo alegado rapto e subsequente tortura de quatro membros do movimento: os residentes espanhóis Martin Obiang e Bienvenido Ndong, e os nacionais espanhóis Feliciano Efa Mangue e Julio Obama Mefuman - que morreram na prisão de Oveng Azem (Mongomo), alegadamente em resultado desta tortura.

Os factos teriam ocorrido numa viagem dos quatro membros do MLGE3R de Madrid a Juba, capital do Sudão do Sul, onde teriam sido capturados em 15 de novembro de 2019.

Segundo a denúncia, os quatro foram "transferidos clandestinamente num avião oficial do regime da Guiné Equatorial, e encarcerados num centro de detenção situado em Oveng Asem, na demarcação de Mongomo.

"Eles foram torturados e obrigados a pedir perdão ao líder do regime equato-guineense sob pressão em frente às câmaras da televisão pública da Guiné Equatorial", lê-se na denúncia.

No documento, sustenta-se que tanto Ovono Obiang como Obama Nchama estavam no avião oficial utilizado para o sequestro e que dirigiram "algumas das sessões de tortura nas caves do centro penitenciário".

Além disso, salienta-se que estes dois arguidos "residem em Espanha, têm morada estável, podendo também ser encontrados" em território nacional.

Os dois cidadãos espanhóis, Efa Mangue e Obama Mefuman, foram acusados ??de alegada participação num golpe contra o regime de Teodoro Obiang, pelo qual foram condenados num processo militar a 90 e 70 anos de prisão, respetivamente.

Teodoro Obiang, de 80 anos, governa o país desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macias num golpe de Estado, e é o Presidente há mais tempo em funções no mundo, não considerando regimes monárquicos.

Leia Também: Epidemia do vírus de Marburg na Guiné Equatorial já provocou dez mortes

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