"Pequim não deve utilizar o trânsito [de Tsai] como desculpa para tomar medidas que aumentem a tensão", disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, no final de uma reunião da NATO em Bruxelas.
Tsai chegou hoje a Los Angeles em trânsito para Taiwan, no regresso de uma viagem à Guatemala e Belize, dois dos 13 países que mantêm relações diplomáticas com Taipé.
Recebida por apoiantes, mas também com protestos contra a sua presença no país, Tsai vai encontrar-se hoje com o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (câmara baixa do Congresso), Kevin McCarthy, em Los Angeles.
"A China opõe-se firmemente" a esta reunião, disse na terça-feira, em Pequim, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning.
Mao advertiu que "a China defenderá firmemente a sua soberania nacional e integridade territorial".
Em sentido contrário, o Ministério dos Negócios Estrangeiros taiwanês defendeu a soberania da ilha e o direito a determinar as relações com outros países.
"Não aceitamos a interferência ou repressão por parte de nenhum país por qualquer motivo e não vamos limitar as nossas escolhas devido a intimidações", acrescentou a diplomacia de Taiwan.
Questionado sobre o encontro entre Tsai e McCarthy, Blinken desvalorizou a passagem da Presidente de Taiwan pelos Estados Unidos.
"Penso que a primeira coisa a salientar é que estes trânsitos de alto nível de oficiais taiwaneses não são novidade", disse, citado pela EFE, no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da NATO.
De facto, "todos os Presidentes de Taiwan passaram pelos Estados Unidos de uma vez ou de outra", afirmou.
Blinken disse que os Estados Unidos mantêm uma abordagem "muito consistente e imutável" em relação a Taiwan, incluindo a sua adesão à política de "uma só China".
"O nosso objetivo permanece o mesmo: alcançar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e assegurar que quaisquer diferenças que existam entre a China continental e Taiwan sejam resolvidas de forma pacífica", acrescentou.
Situada no Oceano Pacífico, a mais de 100 quilómetros da China continental, a ilha é um importante pomo de discórdia entre Pequim e Washington.
Os Estados Unidos são o principal fornecedor de armas de Taiwan e seriam o seu maior aliado militar no caso de uma guerra com a China.
A China reagiu duramente a uma visita a Taiwan da então presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, em 2022, realizando manobras militares sem precedentes em torno da ilha.
A China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, quando o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação pela força, caso a ilha declare formalmente a independência.
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