McCarthy recebe Ing-wen na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan durante o "trânsito" da líder de Taiwan na Califórnia, numa demonstração de solidariedade para com a soberania da ilha com administração própria, democrata e pró-ocidental, que a República Popular da China considera seu território.
Esta é a paragem mais controversa de Tsai Ing-wen na sua deslocação aos Estados Unidos, uma vez que Kevin McCarthy é uma das principais figuras políticas dos Estados Unidos, principal aliado de Taiwan.
O consulado chinês em Los Angeles reagiu, em comunicado, dizendo que "a China opõe-se firmemente a qualquer forma de interação oficial entre os EUA e a região chinesa de Taiwan".
Qualificando como "teatro político" a visita e quaisquer declarações de Tsai Ing-wen, a missão chinesa referiu-se à menção de "trânsito" como um pretexto.
"Desrespeitando as fortes diligências e avisos reiterados da China, o lado norte-americano insistiu em organizar o chamado 'trânsito' de Tsai Ing-wen, mostrou-se conivente e apoiou os atos das autoridades de Taiwan na busca de independência", lê-se no comunicado. "A China protesta e condena isto fortemente", adianta.
Os encontros entre a presidente e oficiais norte-americanos são muito relevantes numa altura de escalada da tensão entre os Estados Unidos e a China.
Desde 1979 que os EUA não mantêm relações diplomáticas com Taiwan, mas também não reconhecem a autoridade que a China diz ter sobre o território insular.
Esta é a primeira vez que um líder da Câmara dos Representantes recebe oficialmente a presidente de Taiwan em solo norte-americano desde que as relações diplomáticas diretas cessaram, há 44 anos.
O encontro acontece na sequência de uma visita controversa que aconteceu no ano passado: em agosto de 2022, a então líder da maioria democrata Nancy Pelosi causou a fúria de Pequim quando visitou Taiwan.
O regime chinês respondeu com o maior exercício militar em décadas, incluindo o lançamento de um míssil que sobrevoou a ilha.
A chegada de Tsai Ing-wen a Los Angeles levou a protestos nos aeroporto da cidade, com manifestantes contra e a favor da visita da Presidente. Foi mais visível o apoio à chefe de Estado, que chegou a interagir com apoiantes que seguravam cartazes e fotografias suas.
Do outro lado, separados por uma barreira de polícias, um grupo de manifestantes pró-Pequim protestou contra a visita e defendeu a política de unidade territorial, conhecida internacionalmente como "Uma Só China".
Também se reuniram manifestantes à porta do hotel onde Tsai Ing-wen está alojada, sobretudo para apoiar a visita. Imagens do canal televisivo News18 mostram apoiantes agitando bandeiras de Taiwan e dos Estados Unidos e cantando motes de apoio.
[Notícia atualizada às 19h57]
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