"Um lançamento falhou e caiu na Faixa de Gaza e o outro caiu na área do muro de segurança" que limita os dois territórios, referiu um porta-voz do Exército, citado pela agência Efe.
Os projéteis, que não causaram vítimas e não foram reivindicados por nenhuma milícia palestiniana em Gaza, fizeram disparar as sirenes de ataque aéreo em áreas despovoadas de Israel.
O Exército israelita tinha divulgado hoje de manhã que 10 'rockets' foram disparados da Faixa de Gaza, dos quais quatro foram intercetados, cinco caíram em áreas despovoadas e um atingiu uma fábrica na cidade de Sderot, na fronteira com Gaza.
Em resposta, aviões de combate do Exército israelita atacaram três instalações do movimento islâmico Hamas, que governa de facto o enclave costeiro e que Israel considera responsável por qualquer ataque.
Esta troca de projéteis ocorreu depois de grandes grupos de fiéis muçulmanos terem procurado passar a noite dentro da Mesquita Al Aqsa, localizada na Esplanada das Mesquitas na Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada, e entrado em confronto com as forças israelitas ao amanhecer, que os expulsaram à força.
Em imagens publicadas nas redes sociais é possível ver agentes a carregarem contra fiéis muçulmanos na mesquita de Al-Aqsa.
Os confrontos provocaram mais de uma dezena de feridos palestinianos e cerca de 400 detidos, naqueles que são os acontecimentos mais tensos da região desde que começou o mês sagrado muçulmano do Ramadão, há duas semanas.
Os incidentes na mesquita já levaram a Liga Árabe, através da Jordânia, a convocar uma reunião extraordinária da organização e Marrocos, signatário dos Acordos de Abraão, a condenar "veementemente" a intervenção da polícia israelita e a denunciar a "agressão e o terror contra fiéis em pleno mês do Ramadão".
Pelo segundo ano consecutivo, o mês sagrado muçulmano coincide em 2023 com as celebrações da Páscoa judaica, que começam hoje à tarde e costumam registar um aumento do número de judeus que visitam a Esplanada das Mesquitas, gerando a reação dos fiéis palestinianos.
Israel assumiu o controlo de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia em 1967 e, desde então, manteve uma ocupação e colonização desses territórios, uma das mais longas da história recente.
Por sua vez, os poucos mais de três meses de 2023 marcam o início do ano mais violento no quadro do conflito israelo-palestiniano desde 2000.
Este ano, 92 palestinianos já morreram em incidentes violentos com Israel, enquanto do lado israelita, 15 pessoas morreram em ataques perpetrados por palestinianos.
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