O diretor-geral da OIM, António Vitorino, afirmou que é preciso garantir que as mulheres tenham acesso ao apoio necessário para continuar o seu "trabalho extraordinário" em segurança e prometeu que todas as funcionárias nacionais da OIM e da ONU vão continuar a receber os seus salários e não serão substituídas por homens.
A agência das Nações Unidas, responsável pela gestão das migrações internacionais, considera que as meninas e mulheres do Afeganistão estão submetidas desde o ano passado a "ordens cada vez mais restritivas" que limitam a sua participação em todos os aspetos da vida social, económica e política.
Para além da proibição das mulheres de trabalharem para organizações nacionais e internacionais, em vigor desde dezembro de 2022, as meninas afegãs estão também proibidas de aceder ao ensino superior, algo a OIM considera uma "violação sem paralelo dos direitos das mulheres".
"Enquanto o país está a recuperar de uma grave crise económica e humanitária, esta diretiva prejudicará significativamente a prestação de assistência crítica aos mais necessitados", acrescentou a organização.
A OIM afirmou ainda que o envolvimento das mulheres na entrega de ajuda é um imperativo para a eficácia operacional, uma vez que desempenham um papel fundamental na assistência humanitária principalmente a outras meninas e mulheres, e promete que "hoje, amanhã e todos os dias depois disso, a OIM está com as mulheres do Afeganistão".
O regime fundamentalista islâmico talibã proibiu no dia 04 de abril a participação das mulheres na ONU em todo o país, no seguimento de uma medida anterior que proibia a participação das mulheres na maioria das ONGs nacionais e internacionais com atividade no país.
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