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Taiwan está a enfrentar "expansionismo autoritário" da China

Taiwan está a enfrentar o "expansionismo autoritário" da China, disse hoje a líder da ilha, Tsai Ing-wen, no primeiro dia dos exercícios militares de Pequim no estreito de Taiwan.

Taiwan está a enfrentar "expansionismo autoritário" da China
Notícias ao Minuto

06:44 - 08/04/23 por Lusa

Mundo Taiwan

"Nos últimos anos, temos enfrentado um contínuo expansionismo autoritário", sublinhou Tsai, acrescentando que Taiwan "vai continuar a trabalhar com os Estados Unidos e outros países ... para defender os valores da liberdade e da democracia".

O Ministério da Defesa taiwanês disse ter detetado, em redor da ilha, oito navios de guerra chineses e 42 caças, no primeiro dia dos exercícios militares de Pequim no estreito de Taiwan.

Vinte e nove aviões atravessaram a linha mediana que separa a China e Taiwan, acrescentou, denunciando "ações irracionais".

Esta manhã, o exército chinês anunciou dois dias de manobras militares de "preparação para o combate" no estreito de Taiwan, na sequência da passagem da líder da ilha pelos Estados Unidos.

"O teatro de operações Leste do Exército Popular de Libertação vai organizar entre 08 e 10 de abril um exercício de preparação para o combate, no estreito de Taiwan, nas partes a norte e a sul da ilha, e no espaço aéreo a leste da ilha de Taiwan", indicou, em comunicado, o exército chinês, sem avançar uma localização exata.

Estas manobras vão também incluir "patrulhas de polícia", acrescentou.

Na quinta-feira, Pequim tinha condenado a estada de Tsai Ing-wen nos EUA, onde manteve um encontro com o presidente da Câmara dos Representantes norte-americano, Kevin McCarthy, e acusou Washington de "conluio" com Taiwan, ao mesmo tempo que garantiu "medidas resolutas e eficazes para salvaguardar a soberania e a integridade territorial".

Depois do encontro de Tsai e McCarthy, o Governo chinês enviou navios de guerra, um helicóptero e um avião de combate para o estreito de Taiwan, e anunciou sanções contra a representante de Taiwan nos EUA, Hsiao Bi-khim, e contra o Instituto Hudson e a Biblioteca Presidencial Ronald Reagan.

Horas depois, uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou, em conferência de imprensa, que "alguns países" apoiam "a independência de Taiwan, em nome da democracia" e para "usar a ilha como forma de conter a China", algo que descreveu como "perigoso e condenado ao fracasso".

"O futuro de Taiwan está na reunificação e o bem-estar do seu povo depende do rejuvenescimento da nação chinesa", disse Mao Ning, acrescentando que as "diferenças entre os sistemas de ambos os lados do estreito [de Taiwan] não são um obstáculo à reunificação".

Desde que Tsai chegou ao poder, em 2016, as autoridades chinesas têm procurado isolado diplomaticamente a ilha, com perto de 23 milhões de habitantes. Tsai Ing-wen pertence a um partido que defende tradicionalmente a independência de Taiwan, uma linha vermelha absoluta para Pequim.

A ilha é um dos maiores motivos da tensão entre a China e os EUA, principal fornecedor de armas a Taiwan.

Em 1949 e após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês.

Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

Leia Também: China anuncia exercícios com fogo real no estreito de Taiwan na 2.ª-feira

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