Um grupo de manifestantes interrompeu, esta terça-feira, o discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, no teatro Amare, em Haia, quando falava sobre a soberania europeia. O momento aconteceu naquele que é o primeiro dia de uma visita de Estado aos Países Baixos.
Quando discursava sobre o futuro da Europa, Macron foi interrompido duas pessoas em protesto. "Onde está a democracia francesa?", "Quando foi que a perdemos?", gritaram os manifestantes da plateia, citados pelo France 24, agarrando uma faixa em que estava escrito: "Presidente da violência e da hipocrisia" (em inglês).
Os seguranças escoltaram os manifestantes para fora do teatro após cerca de um minuto, e Macron reagiu, dizendo que "uma democracia é exatamente um lugar onde qualquer um se pode manifestar".
Segundo Macron, "é muito importante ter um debate social" em que possa "responder a todas as perguntas que têm sobre o que estamos discutir em França". As pessoas que fazem "o que querem" contra leis das quais discordam e "colocam a democracia em risco", completou.
Macron - que tem sido muito criticado pela forma como alterou a idade da reforma em França, evitando levar a proposta a votação no Parlamento - aproveitou ainda para responder que os franceses estariam "menos zangados" com a sua política se olhassem para a idade de reforma noutro países, "que está bem acima dos 64 anos" agora impostos pela sua presidência.
O vídeo do momento foi partilhado nas redes sociais, nomeadamente através do Twitter pela jornalista da Bloomberg, Ania Nussbaum. Podem ver-se os manifestantes a ser retirados pelos seguranças do interior do teatro Amare, onde Macron discursava.
Après avoir été reçu par les applaudissements de la salle, le discours de Macron sur la souveraineté européenne interrompu par des manifestants qui exigent, en anglais, le respect de la démocratie sur les retraites, et plus de détermination pour combattre le changement climatique pic.twitter.com/Wl45uXvtCj
— Ania Nussbaum (@Newsbaum_) April 11, 2023
O presidente francês está a enfrentar o maior desafio de seu segundo mandato devido à reforma previdenciária, que inclui aumentar a idade de aposentação dos 62 para 64 anos, exigindo que as pessoas trabalhem mais para receber o pagamento integral.
Em França têm decorrido uma série de protestos e greves contra a reforma, com um novo dia de greve agendado para quinta-feira.
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