Macron interrompido por manifestantes em Haia. "Presidente da hipocrisia"

O presidente francês discursava sobre o futuro da Europa, no teatro Amare, em Haia, Países Baixos.

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© Ania Nussbaum / Twitter

Notícias ao Minuto com Lusa
11/04/2023 20:26 ‧ 11/04/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Haia

Um grupo de manifestantes interrompeu, esta terça-feira, o discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, no teatro Amare, em Haia, quando falava sobre a soberania europeia. O momento aconteceu naquele que é o primeiro dia de uma visita de Estado aos Países Baixos.

Quando discursava sobre o futuro da Europa, Macron foi interrompido duas pessoas em protesto. "Onde está a democracia francesa?", "Quando foi que a perdemos?", gritaram os manifestantes da plateia, citados pelo France 24, agarrando uma faixa em que estava escrito: "Presidente da violência e da hipocrisia" (em inglês).

Os seguranças escoltaram os manifestantes para fora do teatro após cerca de um minuto, e Macron reagiu, dizendo que "uma democracia é exatamente um lugar onde qualquer um se pode manifestar".

Segundo Macron, "é muito importante ter um debate social" em que possa "responder a todas as perguntas que têm sobre o que estamos discutir em França". As pessoas que fazem "o que querem" contra leis das quais discordam e "colocam a democracia em risco", completou.

Macron - que tem sido muito criticado pela forma como alterou a idade da reforma em França, evitando levar a proposta a votação no Parlamento - aproveitou ainda para responder que os franceses estariam "menos zangados" com a sua política se olhassem para a idade de reforma noutro países, "que está bem acima dos 64 anos" agora impostos pela sua presidência.

O vídeo do momento foi partilhado nas redes sociais, nomeadamente através do Twitter pela jornalista da Bloomberg, Ania Nussbaum. Podem ver-se os manifestantes a ser retirados pelos seguranças do interior do teatro Amare, onde Macron discursava. 

O presidente francês está a enfrentar o maior desafio de seu segundo mandato devido à reforma previdenciária, que inclui aumentar a idade de aposentação dos 62 para 64 anos, exigindo que as pessoas trabalhem mais para receber o pagamento integral.

Em França têm decorrido uma série de protestos e greves contra a reforma, com um novo dia de greve agendado para quinta-feira.

Leia Também: Macron visita Países Baixos com Taiwan no pano de fundo

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