Procurador que acusou Trump processa congressista republicano

O procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, avançou esta terça-feira com uma ação federal contra o congressista Jim Jordan, acusando o republicano de uma "campanha transparente para intimidá-lo e atacá-lo" devido ao indiciamento do ex-presidente Donald Trump.

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Lusa
12/04/2023 06:41 ‧ 12/04/2023 por Lusa

Mundo

EUA

Alvin Bragg, um democrata, está a pedir a um juiz que invalide as intimações que Jordan, presidente do comité judicial da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano) emitiu, ou planeia emitir, como parte de uma investigação sobre a forma como o procurador de Manhattan lidou com o caso, o primeiro processo criminal de um ex-presidente dos EUA.

O comité judicial da Câmara dos Representantes emitiu recentemente uma intimação a pedir o testemunho de um ex-procurador, Mark Pomerantz, que anteriormente supervisionou a investigação de Trump e discutiu com Bragg sobre a direção da investigação antes de deixar o cargo no ano passado.

Pomerantz recusou-se a cooperar voluntariamente com o pedido do comité no mês passado, por instrução do gabinete de Bragg, que invocou o facto de a investigação estar em andamento.

A comissão também pediu documentos e depoimentos de Bragg e do seu gabinete, sendo que o procurador rejeitou esses pedidos.

O comité judicial tem programado realizar uma audiência em Manhattan, na segunda-feira, sobre o crime na cidade de Nova Iorque e o que alega serem as políticas "pró-crime, anti-vítima" de Bragg.

O gabinete do procurador, no entanto, aponta para estatísticas que mostram que o crime violento em Manhattan caiu desde que Bragg assumiu o cargo em janeiro de 2022.

Em resposta, Bragg realçou que se Jordan, que é de Ohio, "realmente se importasse com a segurança pública", visitaria algumas das principais cidades do seu Estado, onde o crime é alegadamente maior do que em Nova Iorque.

No processo, Bragg destacou que interpôs a ação legal "em resposta a um ataque inconstitucional e descarado sem precedentes de membros do Congresso a um processo criminal em andamento no Estado de Nova Iorque e a uma investigação do ex-presidente Donald J. Trump".

Segundo o processo contra Trump, conhecido em 30 de março, por 34 acusações de falsificação de registos comerciais, o ex-presidente orquestrou um esquema para pagar o silêncio de três pessoas que poderiam prejudicar a sua campanha à presidência em 2016.

Alvin Bragg detalhou naquele dia, em comunicado, que os pagamentos a troco de silêncio foram feitos a um porteiro da Trump Tower que alegou ter informações sobre um caso de paternidade extraconjugal de Trump (recebeu 30.000 dólares), a uma mulher que se apresentou como ex-amante (150.000 dólares) e à atriz pornográfica Stormy Daniels.

Os republicanos têm protestado contra Bragg mesmo antes da acusação de Trump.

Leia Também: Trump diz que será candidato a presidente dos EUA, mesmo se for condenado

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