Oleksii Reznikov reconheceu "não agradar a ninguém" uma fuga de informação deste tipo, mas acrescentou ser "também necessário analisar com lupa" os alegados documentos que foram divulgados, assegurando que contêm "muitos dados que não são verdadeitos" e outros que "não correspondem à realidade, que já não são atuais".
"Podemos dizer que é uma mistura de verdade e não verdade. Suponho que foi uma ação realizada de propósito, que eu designo operação psicológica especial. É evidente que o beneficiário desta operação é a Rússia e os seus aliados e simpatizantes. O objetivo de toda esta operação é baixar o nível de confiança entre os aliados em relação aos Estados Unidos", afirmou Oleksii Reznikov, numa conferência de imprensa em Madrid, segundo a tradução para espanhol das suas declarações por uma intérprete.
O ministro ucraniano disse ter a certeza de que os Estados Unidos "farão o todo o possível para anular o alcance" desta fuga de informação, para determinar a sua origem e para evitar que "este tipo de situação se repita no futuro".
"Apesar de todas estas fugas", Kyiv tem "plena confiança" nos aliados norte-americanos, disse Oleksii Reznikov, que sublinhou que mantém uma "relação direta" com o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.
Sobre o conteúdo dos documentos, o ministro negou que haja militares da NATO (a aliança de defesa entre países europeus e da América do Norte) em território ucraniano e desmentiu o alegado pessimismo dos Estados Unidos em relação a uma eventual contra-ofensiva da Ucrânia no terreno de guerra.
Para Oleksii Reznikov, esse alegado pessimismo é "muito fácil de desmentir" porque basta ouvir as declarações públicas dos últimos dias de LLoyd Austin e do secretário de Estado Anthony Blinken, em que expressaram "satisfação em relação à preparação dos militares ucranianos atualmente".
"Tenho certeza absoluta de que a Ucrânia ganhará a guerra", acrescentou.
O ministro da Defesa da Ucrânia falava ao lado da homóloga espanhola, Margarita Robles, que disse também ser "rotundamente falso que haja presença militar da NATO na Ucrânia" e que "há interesse em dividir os aliados".
Margarida Robles garantiu que "tanto no âmbito da NATO como da União Europeia a unidade dos aliados no apoio à Ucrânia é total e absoluta e a Rússia não vai conseguir quebrar essa unidade em nenhum caso".
A Rússia atacou militarmente a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 e mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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