Sudão: Save the Children suspende maioria das operações no país

A organização Save the Children anunciou hoje a suspensão temporária da maioria das suas operações no Sudão, devido aos confrontos entre o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) e ao roubo de equipamento da organização.

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Lusa
17/04/2023 18:15 ‧ 17/04/2023 por Lusa

Mundo

Sudão

Saqueadores roubaram material médico para crianças, bem como computadores portáteis, carros e um frigorífico, num assalto aos escritórios da Save the Children na região do Darfur.

Nesta região, há "dificuldades" para prestar serviços médicos nos centros de saúde, explicou, em comunicado, a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos da criança no mundo.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) já tinha anunciado no domingo a suspensão das suas operações após a morte de três funcionários.

O diretor nacional da Save The Children Sudão, Arshad Malik, reiterou o apelo a todas as partes para que protejam a assistência humanitária num país onde um terço da população, de 15,8 milhões de pessoas, necessita de ajuda.

Também considerou "absolutamente crucial para a sobrevivência das crianças e das famílias" que haja uma trégua, "para que possa ser prestada ajuda que salva vidas".

O Comité dos Médicos Sudaneses afirmou, na sua última avaliação, que os combates entre o exército e as forças paramilitares provocaram desde sábado a morte de pelo menos 97 civis e 942 feridos, a maioria dos quais na capital sudanesa.

A organização dos médicos do Sudão anunciou também que vários hospitais na capital, Cartum, e noutras localidades do país tiveram de suspender as suas atividades, após serem alvo de ataques das forças em confronto.

As principais organizações da sociedade civil e partidos políticos do Sudão apelaram em uníssono, durante o fim de semana, não só ao fim dos combates, mas também ao fim da "militarização" que dominou o "espaço público" no país durante décadas.

Os confrontos entre as duas partes têm como pano de fundo uma luta de poder entre os dois generais que governam o Sudão desde o golpe de Estado de 2021.

Os intensos confrontos que começaram na manhã de sábado ocorrem dias depois de o Exército ter advertido que o país atravessa uma "conjuntura perigosa" que poderia levar a um conflito armado, na sequência do destacamento de unidades das RSF na capital sudanesa e noutras cidades, sem o consentimento ou a coordenação das Forças Armadas.

Leia Também: Sudão: Bruxelas coordena resposta para cidadãos europeus

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