"Após consultas, as Forças Armadas do Sudão aceitaram a proposta da ONU de abrir corredores seguros para casos humanitários por um período de três horas, a partir das 16:00 [15:00 em Lisboa]", disse o exército numa declaração.
Os militares acrescentaram que respeitarão esta breve cessação dos combates em zonas residenciais e centros urbanos enquanto o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) não continuar a atacar.
As RSF não divulgaram se irão ou não aderir a esta pausa nos combates.
Este é o segundo dia consecutivo em que foi anunciada a abertura de corredores humanitários, depois de no domingo - segundo dia de combate - ambos os lados se terem comprometido a fazê-lo a pedido das Nações Unidas.
Hoje o enviado especial da ONU para o Sudão, Volker Perthes, confessou-se "extremamente desapontado" com o não cumprimento das tréguas de domingo, que disse "terem sido apenas parcialmente cumpridas", apesar do empenho de ambas as partes.
Esta breve pausa permitiu a retirada de mais de mil pessoas na capital, confirmaram à EFE fontes do Crescente Vermelho Sudanês, que citaram o caso de uma escola no centro de Cartum, da qual cerca de 450 crianças, que tinham ficado retidas desde o início dos combates de sábado, puderam sair.
Também hoje, o Sindicato dos Jornalistas Sudaneses advertiu que 17 trabalhadores da agência noticiosa estatal sudanesa SUNA estão retidos desde sábado nos escritórios daquele órgão e precisam de ser retirados porque "as suas vidas estão em perigo" face aos violentos confrontos entre o exército e os paramilitares em Cartum.
"Como os combates continuam pelo terceiro dia consecutivo, 17 funcionários da SUNA estão encurralados desde sábado, 15 de abril, e precisam de ser retirados", alertou o sindicato na sua conta oficial na rede social Twitter.
O sindicato advertiu que o escritório da SUNA está "nas imediações da zona militar, no centro dos combates", o que representa um "perigo imediato" para a vida dos jornalistas.
Desde o início dos combates, pelo menos 97 civis foram mortos e cerca de 1.000 feridos, de acordo com o Comité Médico Sudanês.
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