Os congressistas vão apresentar um projeto de lei nas próximas semanas que terminará com uma isenção para os parques da Disney relativa a inspeções das diversões pelo Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor da Florida, referiu DeSantis durante uma conferência de imprensa perto da Disney World.
Esta agência é responsável por inspecionar parques de diversões na Florida, mas uma exceção foi criada para os maiores operadores de parques temáticos do Estado, como a Disney e a Universal Destinations & Experiences, que fazem as suas próprias inspeções de segurança.
De acordo com esta proposta, a isenção terminará para diversões em distritos governamentais especiais, que visam basicamente apenas a Disney World.
A Disney referiu esta segunda-feira, em comunicado, que os seus inspetores são líderes no setor.
Outros especialistas observaram que a Disney e outras grandes operadoras de parques temáticos têm experiência em examinar diversões sofisticadas, que as agências estatais ou locais podem não ter.
"As inspeções para este tipo de atração na Disney vão muito além das feiras municipais", alertou Richard Foglesong, professor emérito do Rollins College, citado pela agência Associated Press (AP).
O anúncio de DeSantis foi o mais recente da batalha entre a Disney e o governador, que começou no ano passado, quando a gigante do entretenimento se opôs publicamente à lei conhecida como "Don't Say Gay" ("Não diga gay", em português), que proíbe os professores de falarem sobre orientação sexual nas escolas neste Estado norte-americano.
Em retaliação, os congressistas da Flórida aprovaram e DeSantis assinou uma lei que estabeleceu mudanças no distrito especial onde está o complexo Walt Disney World, incluindo a capacidade do governador do Estado norte-americano, Ron DeSantis, eleger um conselho de supervisores.
No mês passado, os novos nomeados por DeSantis alegaram que os seus antecessores controlados pela Disney conseguiram uma vantagem ao tirar a maioria dos poderes do novo conselho e dar à Disney o controlo sobre o projeto e a construção do 'resort' do parque temático antes que os novos membros pudessem ocupar os seus lugares.
DeSantis referiu esta segunda-feira que o acordo entre a Disney e os supervisores anteriores era ilegal, alegando que era uma autonegociação e que o aviso prévio adequado não foi dado antes que o antigo conselho o aprovasse.
O governador, apontado como candidato à indicação republicana à Casa Branca em 2024, também destacou que os congressistas têm autoridade para revogá-lo e que vão considerar uma lei para o fazer na próxima semana.
Ao enfrentar a Disney, DeSantis aumentou a sua reputação como um guerreiro disposto a lutar contra oponentes políticos e exercer o poder do governo estatal para atingir objetivos políticos.
A Disney defendeu em comunicado que o acordo foi baseado num plano abrangente que as autoridades estatais aprovaram no verão passado.
De forma irónica, DeSantis sugeriu esta segunda-feira que o novo conselho ou os congressistas podem tomar outras medidas para os 10.926 hectares da Disney no centro da Florida, como construir um parque estatal, um parque temático concorrente ou uma prisão.
"Acho que as possibilidades são infinitas", sublinhou DeSantis.
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