Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, deixou um aviso à Coreia do Sul, após o presidente do país ter admitido, pela primeira vez, estar disponível para oferecer ajuda militar à Ucrânia.
"Há novos países dispostos a ajudar os nossos inimigos. O presidente da Coreia do Sul, Yun Sok-yeol, disse que, em princípio, o Estado está pronto para fornecer armas ao regime de Kyiv. Até recentemente, os sul-coreanos asseguravam ardentemente que a possibilidade de fornecer armas letais ao regime de Kyiv estava completamente excluída", argumentou Dmitry Medvedev, numa publicação na rede social Telegram.
Depois, o antigo primeiro-ministro russo disse, em jeito de ameaça: "Pergunto-me o que dirá o povo deste país quando vir as mais recentes armas de fabrico russo dos seus vizinhos próximos - os nossos aliados da Coreia do Norte".
As declarações de Medvedev, um dos conselheiros do presidente russo, Vladimir Putin, surgem depois de o chefe de Estado sul-coreano ter dito que está disponível para estender o apoio prestado à Ucrânia para além de questões financeiras e humanitárias, se o país for alvo de um ataque em grande escala contra civis.
"Se existe uma situação que a comunidade internacional não pode tolerar, como qualquer ataque em grande escala contra civis, massacre ou violação grave das leis da guerra, pode ser difícil, para nós, insistir apenas no apoio humanitário ou financeiro", afirmou Yoon Suk Yeol sobre o tema, em entrevista à Reuters.
Apesar de ser um forte aliado dos Estados Unidos, a Coreia do Sul tem evitado antagonizar a Rússia, pelo menos até agora, também devido à influência de Moscovo sobre a Coreia do Norte.
Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, cerca de 8.500 civis já morreram, ao passo que mais de 14 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
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