"Entraram no nosso território e foram todos desarmados e acantonados", disse o general Daoud Yaya Brahim numa conferência de imprensa, na qual estava acompanhado de vários ministros.
"São 320 elementos do exército sudanês - guardas, polícia e militares - que têm medo de ser mortos pelas Forças de Ação Rápida [RSF, na sigla em inglês] e que se renderam às nossas forças", explicou.
O ministro não deu mais pormenores, designadamente em que ponto da fronteira entraram no Chade.
O Chade fechou a sua fronteira com o Sudão no sábado - dia em que se iniciaram os confrontos -, que tem mais de mil quilómetros de comprimento no meio do deserto e faz fronteira com Darfur, no oeste do Sudão.
A fronteira, porosa, é regularmente atravessada por movimentos rebeldes de ambos os países.
"A situação no Sudão é preocupante e deplorável, tomámos todas as medidas necessárias em relação à crise sudanesa", disse o ministro Yaya Brahim, acrescentando: "Esta guerra não nos diz respeito, é entre sudaneses, devemos permanecer vigilantes para nos prepararmos para qualquer eventualidade".
Os confrontos começaram no sábado entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o grupo paramilitar RSF, chefiado pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", que orquestrou em conjunto o golpe de 2021, mas que se tornou inimigo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 270 pessoas morreram e cerca de 2.000 ficaram feridas desde o início da violência.
Leia Também: Confrontos provocam 24 mortos nos últimos dias no Darfur