Segundo Kuleba, a UE deverá demonstrar a sua "autonomia estratégica" no momento de adotar decisões "cruciais" no âmbito da segurança.
"Para a Ucrânia, o custo da inação mede-se em vidas humanas", lamentou o ministro na sua conta Twitter.
A UE acordou num plano de 1.000 milhões de euros para compras conjuntas de artilharia e mísseis, com o objetivo de repor as reservas dos exércitos europeus e garantir o fornecimento sustentável à Ucrânia na sequência da invasão militar da Rússia.
The inability of the EU to implement its own decision on the joint procurement of ammunition for Ukraine is frustrating. This is a test of whether the EU has strategic autonomy in making new crucial security decisions. For Ukraine, the cost of inaction is measured in human lives.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) April 20, 2023
O Mecanismo Europeu para a Paz é o instrumento envolvido nesta iniciativa, e através do qual os Estados-membros despenderam 4.600 milhões de euros para facilitar a entrega de armas ao Exército ucraniano.
As divergências relacionam-se sobre quem vai liderar as compras -- países como a Alemanha defendem que sejam os próprios Estados-membros -- e qual a sua origem.
Um dos temas a definir consiste em saber se as aquisições conjuntas devem limitar-se ao material fabricado na Europa, e que ficaria restringido caso a opção recaia na Agência Europeia de Defesa (DEA, na sigla em inglês), pelo facto de as empresas de países terceiros não poderem participar nas licitações coordenadas pela agência.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Ucrânia. MNE ucraniano cético quanto a êxito de esforços de paz