Uma mulher foi acusada de ter matado o próprio filho, de três anos, após sujeitar a criança a um jejum religioso em Cardiff, no País de Gales. Segundo a Sky News, o caso remonta a junho de 2020 e Olabisi Abubakar, de 41 anos, foi agora formalmente acusada de maus-tratos contra menores e homicídio por negligência.
Numa audiência no Tribunal da Coroa de Cardiff, foi revelado que a polícia deslocou-se à residência de Abubakar a 29 de junho de 2020, devido a uma queixa de uma amiga, que se manifestou “preocupada com o seu bem-estar”.
As autoridades tiveram de forçar a entrada no apartamento da mulher, onde encontraram uma “cena trágica e angustiante”.
O procurador do Ministério Público, Mark Heywood, detalhou que “Olabisi Abubakar estava deitada num sofá-cama” e estava “visivelmente magra, desnutrida e desidratada”.
“Deitada ao seu lado estava Taiwo [o filho]. Estava gravemente cadavérico e frio ao toque. Era evidente que Taiwo já estava morto há algum tempo”, acrescentou.
A autópsia revelou que o menino de três anos pesava 9,8 quilogramas, menos cinco quilogramas do que o peso indicado para a idade. A acusação avançou ainda não haver provas de que a morte tenha sido causada por outro motivo, além de desnutrição e desidratação.
A mãe foi transportada para um hospital, onde foi diagnosticada com problemas de saúde mental.
“Abubakar negligenciou consciente e deliberadamente Taiwo ao não lhe fornecer comida e água, levando-o a juntar-se a ela num jejum como um ato religioso”, afirmou Mark Heywood, acrescentando que a mulher, que pertence à Igreja Pentecostal, “é profundamente religiosa” e o “jejum faz parte do princípio da sua fé”.
Às autoridades, Abubakar revelou que não se lembra de nada desde que adormeceu a 27 de junho de 2020 até a polícia se deslocar a sua casa, dois dias depois.
A mulher é natural de Lagos, na Nigéria, onde casou e teve quatro filhos. Mudou-se sozinha para Londres em 2011 e foi mãe de Taiwo em abril de 2017.
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