Sudão. Confrontos mantêm-se apesar da trégua do fim do Ramadão

Os confrontos no Sudão continuam apesar de hoje se celebrar o primeiro dia que põe fim ao mês do Ramadão, tendo-se registado troca de tiros e ataques de artilharia, apesar dos apelos internacionais para o cumprimento da trégua de três dias.

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Lusa
21/04/2023 09:59 ‧ 21/04/2023 por Lusa

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Sudão

O Sindicato dos Médicos do Sudão disse que ocorreram disparos entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), os rivais militares que se confrontam desde o sábado passado provocando uma das piores crises da atualidade, no Sudão.  

"Pedimos a todos os cidadãos para que tomem precauções, para permanecerem em casa, com as portas e janelas fechadas e que se mantenham deitados no chão. Também pedimos às forças [em confronto] que sejam responsáveis e deixem de lutar em nome da proteção de vidas inocentes", disseram hoje os médicos do Sudão através de um comunicado. 

Por outro lado, as RSF acusaram, em comunicado, o Exército de bombardear com artilharia pesada os bairros de Cartum durante o primeiro dia que marca o fim do Ramadão.

Até ao momento, o Exército não se pronunciou sobre as acusações apesar do líder militar Abdelfatah al Burhan ter proferido um discurso a propósito da festa religiosa muçulmana.

"Confiamos que superamos esta terrível experiência com força e sabedoria, de uma forma que preserva a segurança e a unidade do país e que pode permitir assegurar uma transição com vista a um governo civil", disse no primeiro discurso desde o início dos confrontos. 

O agravamento da situação no Sudão ocorreu no sábado, na altura em que ocorriam conversações sobre a reforma do Exército e a integração das RSF nas Forças Armadas.

Na quinta-feira, as Nações Unidas pediram "tréguas imediatas" de pelo menos três dias. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde morreram pelo menos 330 pessoas e 3.200 ficaram feridas na sequência dos combates no país, desde sábado. 

O Exército do Sudão recusou entretanto o estabelecimento de negociações com as RSF indicando que o acordo para uma trégua "não é sinónimo de paz". 

Leia Também: Líder do exército afirma que militares estão empenhados em transição civil

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