Toledo chegou ao tribunal à hora marcada, às 9h00 (16h00 em Lisboa), e evitou entrar pela porta principal para não ser confrontado com os meios de comunicação social, destacou à agência Efe fonte próxima ao processo.
O local e a hora eram do conhecimento público, mas junto ao tribunal não estavam curiosos ou compatriotas a tentar presenciar a sua entrega.
A mesma fonte acrescentou que a mulher do ex-presidente, Eliane Karp, também estava no edifício.
Em entrevista exclusiva à Efe na véspera da presença perante o tribunal, Toledo exigiu que a justiça do seu país não permitisse a sua "morte na prisão".
O antigo chefe de Estado do país andino entre 2001 e 2006 foi obrigado a entregar-se às autoridades hoje de manhã, e deverá ser mantido numa prisão do condado de San Mateo, antes de seguir para o Peru.
Nas declarações à Efe horas antes de se entregar, o ex-presidente referiu que não sabia quanto tempo permanecerá preso nos Estados Unidos e "quem virá do Peru" para realizar a extradição que, segundo a sua equipa jurídica, deve passar para as mãos da Interpol em breve.
Toledo, que reside na cidade de São Francisco, deveria ter sido detido para extradição em 7 de abril, mas tem protelado o processo através de diversos recursos legais.
No entanto, e após ter sido negado um pedido do ex-presidente para uma nova audiência, a procuradoria norte-americana pediu na quarta-feira ao juiz para reativar a ordem de detenção.
Toledo, 77 anos, foi detido em 2019 na Califórnia e esteve oito meses na prisão por risco de fuga, apesar de ter passado para prisão domiciliária em março de 2020, após o surto da pandemia do covid-19.
Em setembro passado, a justiça norte-americana aprovou a sua extradição para o Perú, após referir ter recolhido provas suficientes que justificavam essa medida, avaliada em fevereiro passado pelo Departamento de Estado.
Alejandro Toledo está indiciado no seu país por ter recebido cerca de 34 milhões de dólares (31 milhões de euros) da construtora brasileira Odebrecht, alegadamente canalizados para uma rede de sociedades sediadas em paraísos fiscais e através das quais terá adquirido avultosas propriedades imobiliárias no Peru.
O caso Odebrecht, o maior escândalo de corrupção da América Latina, também atingiu os ex-presidentes peruanos Alan García (1985-1990 e 2006-2011), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), além da candidata presidencial Keiko Fujimori, filha e herdeira política do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).
Leia Também: Homem veste-se de menina para entrar em casa de banho de colégio no Peru