A viagem do chefe de Estado servirá para apoiar a "soberania de Taiwan" e "fortalecer 86 anos de relações diplomáticas", destacou a presidência da Guatemala em comunicado.
Alejandro Giammattei iniciará a sua visita de dois dias com um discurso no Parlamento de Taiwan, recebendo uma medalha honorária do presidente do Congresso, You Si-kun.
O governante guatemalteco participará ainda numa exposição de café da Guatemala, como parte do intercâmbio de investimentos entre os dois países.
Em março, a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, visitou a Guatemala e o Belize, os dois últimos países centro-americanos que não estabeleceram relações diplomáticas com a China.
A visita do Presidente guatemalteco à ilha ocorrerá alguns dias depois do ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, ter alertado que "aqueles que brincam com fogo em Taiwan acabarão por se queimar".
"A salvaguarda da soberania nacional e da integridade territorial é irrepreensível", destacou hoje o chefe da diplomacia chinesa.
"A questão de Taiwan está no cerne dos interesses centrais da China. Nunca recuaremos perante qualquer ato que prejudique a soberania e a segurança da China", acrescentou.
A China reivindica soberania sobre Taiwan, que considera uma província desonesta desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.
No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês, comunista.
O território realizou reformas democráticas nos anos 1990 e é hoje uma das mais vibrantes democracias no leste da Ásia. Mas, Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.
Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto do território com frequência quase diária. Há duas semanas, o Exército chinês realizou quatro dias de intensos exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram a simulação de um bloqueio da ilha.
A China disse que os exercícios foram concebidos como um "sério aviso" para os políticos pró - independência da ilha autónoma e os seus apoiantes estrangeiros.
Embora mantenha relações diplomáticas oficiais com apenas 13 estados soberanos, Taiwan mantém fortes laços com a maioria das nações importantes, incluindo os Estados Unidos.
O ritmo acelerado da atividade militar e a linguagem cada vez mais belicosa suscitaram preocupações sobre um possível conflito numa das regiões economicamente mais vitais do mundo.
Taiwan produz muitos dos 'chips' semicondutores necessários para o fabrico de produtos eletrónicos e o Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental, é uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo.
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