Seis aviões do exército espanhol voaram para Djibuti para retirar cerca de 80 pessoas, entre espanhóis, europeus e sul-americanos e "aguardam um espaço seguro para pousar e iniciar a operação", segundo informações de fontes diplomáticas espanholas à agência EFE.
A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, disse à EFE que "os aviões estão aí preparados para que, assim que o cessar-fogo for respeitado, se possa realizar esta operação", que admite não ser fácil "porque o aeroporto do Sudão está encerrado" e a retirada terá que ser feita a partir de um aeródromo próximo e por estrada.
Além de Espanha, vários países têm em curso operações de repatriamento.
As autoridades líbias concluíram hoje a retirada, por mar, de quase uma centena de cidadãos retidos no Sudão devido aos confrontos da última semana, que já provocaram pelo menos 400 mortos e mais de 3.500 feridos.
O embaixador da Líbia em Cartum, Fawzi Boumrez, anunciou no sábado a retirada de 83 cidadãos e suas famílias através de Port Sudan (nordeste), localizado a 600 quilómetros da capital e às margens do Mar Vermelho, de onde serão transferidos para a cidade saudita Jeddah antes de retornar ao seu país.
A Itália anunciou que pode ocorrer ainda hoje o repatriamento de 140 cidadãos. Segundo o chanceler italiano, Antonio Tajani, "foram contatados durante a noite, estão todos bem e foram convidados dirigirem-se à embaixada em Cartum", de onde será tentada a retirada.
O governo britânico informou hoje que retirará o pessoal diplomático do Sudão "o mais rápido possível" e aconselhou os britânicos retidos naquele pais a comunicar a sua presença ao Ministério das Relações Exteriores e a permanecer em local seguro.
O ministro dos Negócios estrangeiros de França anunciou uma "operação de retirada rápida" de cidadãos franceses e pessoal diplomático, em que poderão ser apoiados outros cidadãos europeus e nacionais de "países parceiros aliados".
A embaixada da Turquia no Sudão disse que o processo de retirada dos seus cidadãos também arranca hoje, tendo em conta a situação caótica que se vive atualmente na capital, Cartum, e ao retomar dos confrontos.
No sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que estava concluída a retirada dos funcionários da embaixada norte-americana no Sudão, noticiou agência de notícias Associated Press (AP)
Sauditas e cidadãos de outros países retirados do Sudão chegaram também este sábado a Jeddah, cidade portuária da Arábia Saudita, no dia em que o chefe do exército admitiu não controlar o aeroporto internacional de Cartum, comprometendo operações de retirada.
Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no Sudão.
Os confrontos começaram há uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".
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