Depois de ter realizado uma primeira reunião na semana passada, os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU reúnem-se esta terça-feira, a pedido do Reino Unido.
Este fim de semana, vários países começaram a repatriar os seus cidadãos por via aérea, aproveitando uma trégua de três dias anunciada por ambos os lados do conflito, embora a pausa tenha sido largamente desrespeitada.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, anunciou que dois aviões da Força Aérea que tinham sido deslocados para o Djibuti, conseguiram já ir a Cartum, capital do Sudão, e retiraram 80 pessoas.
"Os aviões da Força Aérea acabam de descolar de Cartum com os nossos cidadãos e funcionários da embaixada de Espanha no Sudão a bordo. Outros cidadãos europeus e latino-americanos também viajam neles. Nenhum incidente na transferência", publicou o ministro na rede social Twitter.
O exército alemão anunciou igualmente a retirada, a bordo de aviões militares, de 101 pessoas do Sudão, no âmbito do movimento de partida de cidadãos estrangeiros e pessoal diplomático de vários países.
"O primeiro Airbus A400M está a caminho da Jordânia com 101 pessoas", anunciou o exército alemão no Twitter, acrescentando que dois outros aviões foram enviados para o Sudão para participar nas evacuações.
Estas informações surgem depois de o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, ter revelado que falou hoje com os líderes das duas forças em confronto no Sudão a quem pediu um "cessar-fogo imediato" e de outros países terem já, ao longo do dia, anunciado a retirada de pessoal diplomático e cidadãos nacionais.
Itália e França -- que transportaram nacionais de outros países europeus também - Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Grécia e Turquia contam-se entre esses países.
Os moradores de Cartum e de outras cidades sudanesas também iniciaram neste fim de semana um êxodo em massa para escapar da capital sudanesa, aproveitando a redução dos combates entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
As Nações Unidas têm conhecimento da deslocação de civis nos estados de Cartum, Norte, Nilo Azul, Darfur do Norte, Darfur Ocidental e Darfur do Sul, tendo sido observados movimentos transfronteiriços do Sudão para o Chade, Egito e Sudão do Sul.
O Sudão entrou hoje na segunda semana de violentos combates, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um seu ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda as RSF.
O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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