Taiwan vai simular resposta a invasão chinesa em exercícios militares
Taiwan vai simular respostas a uma "potencial invasão chinesa", durante os exercícios militares anuais designados Han Kuang, anunciou hoje o ministério da Defesa, num período de crescentes tensões com Pequim.
© Getty Images
Mundo Taiwan
Os Han Kuang vão dividir-se em duas fases: jogos de guerra computadorizados, que decorrem entre 15 e 19 de maio, e manobras com uso de fogo real, marcadas para o período entre 24 e 28 de julho, afirmou o general Lin Wen-huang, citado pela agência oficial CNA.
Os jogos computadorizados vão ser baseados numa plataforma projetada pelos Estados Unidos que permite a simulação de operações civis e militares.
As simulações vão ser realizadas ao longo de cinco dias, para "testar a capacidade militar de coordenar e executar a resposta a uma invasão chinesa", disse Lin.
Os exercícios com fogo real vão concentrar-se em testar a capacidade dos militares taiwaneses de "conservar a sua força, no caso de uma invasão em grande escala" e "realizar interceções marítimas", para evitar um bloqueio chinês à ilha.
Os aeroportos civis também vão participar das manobras, que o general descreveu como um "recurso importante para o Exército aumentar a sua flexibilidade e garantir que as forças aéreas podem sobreviver por mais tempo".
Os exercícios de Han Kuang são realizados anualmente desde 1984 para testar a prontidão de combate de Taiwan contra uma possível invasão chinesa.
A China realizou quatro dias de exercícios militares em torno de Taiwan este mês, em retaliação contra uma reunião na Califórnia entre a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy.
As manobras contaram com a participação do porta-aviões Shandong e incluíram um bloqueio de facto à ilha.
O general Lin evitou responder a perguntas na quarta-feira sobre se os exercícios Han Kuang vão incluir uma resposta potencial à utilização do Shandong pela China.
No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês, comunista.
O território realizou reformas democráticas nos anos 1990 e é hoje uma das mais vibrantes democracias no leste da Ásia. Mas, Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.
Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto do território com frequência quase diária.
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