O ministro do Interior do Quénia, Kithure Kindiki, afirmou que a medida estará em vigor no rancho Chakama, na aldeia de Shakahola, entre as 18h00 e as 06h00 locais, acrescentando que "durante o recolher obrigatório não devem realizar-se quaisquer reuniões públicas, procissões ou movimentos isolados ou em grupo".
Sublinhou que os únicos movimentos que serão permitidos são os que tiverem autorização escrita da polícia do condado de Kilifi, algo que se estende a reuniões em espaços públicos, como noticiou o jornal queniano 'The Standard'.
"A área é uma zona de operações de segurança ativa e o público não deve ter acesso a partir de hoje, 26 de abril de 2026, a menos que haja uma ordem do comandante ou até que tais ordens sejam revogadas", disse o ministro do Interior.
Horas antes, o Ministério do Interior tinha indicado, numa mensagem na sua conta do Twitter, que o rancho "foi encerrado e declarado local de crime para permitir que os detetives de homicídios obtenham informações sobre as mortes de seguidores da Igreja Internacional da Boa Nova, à medida que as autoridades continuam a exumar mais corpos de vítimas dos ensinamentos e ideologias de [Paul] Mackenzie".
Na terça-feira, as autoridades quenianas elevaram para 90 o número de corpos encontrados nestas valas comuns, que jejuaram com o objetivo de "encontrar Jesus Cristo". O próprio Kindiki afirmou na terça-feira, durante uma visita à zona, que se trata de "um abuso dos direitos fundamentais da liberdade, com a alegada utilização da Bíblia para matar e causar um massacre".
"Aqueles que incitaram os outros a jejuar e a morrer estavam a comer e a beber e pretendiam prepará-los para se encontrarem com o seu criador", afirmou.
A Sociedade da Cruz Vermelha do Quénia também começou a trabalhar para tentar localizar mais de 210 pessoas - incluindo 112 menores - que foram dadas como desaparecidas, no âmbito das investigações sobre o culto, segundo o jornal The Star.
Mackenzie foi detido a 14 de abril, após ter sido confirmada a existência de valas comuns na zona, juntamente com 13 pessoas e antes de uma audiência a 02 de maio.
O Presidente do Quénia, William Ruto, afirmou na segunda-feira que o que viu nos terrenos da seita era "semelhante ao terrorismo".
Leia Também: Novo balanço indica 90 membros de seita encontrados mortos no Quénia