O ministro dos Negócios Estrangeiros britânicos, James Cleverly, avançou que as pessoas foram retiradas em oito aviões britânicos e que estão previstos mais voos, referindo também que o mais recente número de vítimas no Sudão foi de 536 na noite de quarta-feira.
James Cleverly apelou aos cidadãos britânicos que pretendem deixar o Sudão para que o façam "agora", antes do fim das tréguas mediadas pelos Estados Unidos da América (EUA), após 10 dias de combates.
"Se estão a planear sair, saiam agora", disse o ministro na televisão Sky News.
"Não podemos prever exatamente o que vai acontecer quando o cessar-fogo terminar, mas o que sabemos é que será muito mais difícil, se não impossível," sair do Sudão, disse Cleverly, que acrescentou: "Há aviões, há espaço. Nós vamos tirar-vos de lá, mas não podemos garantir que o consigamos quando o cessar-fogo terminar".
Apenas os titulares de passaportes britânicos e seus dependentes, e alguns cidadãos estrangeiros, se o espaço o permitir, estão autorizados a embarcar em aviões com destino a uma base militar britânica no Chipre. A partir daí, podem viajar para o Reino Unido.
Mais de 2.000 cidadãos britânicos comunicaram às autoridades que pretendiam ser retirados.
O Reino Unido enviou o pessoal da sua embaixada e as suas famílias para casa no domingo passado e começou a enviar os seus outros cidadãos para casa na terça-feira à noite. Londres continua a ser alvo de críticas por demorar mais tempo a retirar os seus cidadãos do que outros Estados.
Pelo menos 512 pessoas foram mortas e 4.193 ficaram feridas desde o início dos combates, principalmente em Cartum e Darfur (oeste), informou na quarta-feira o Ministério da Saúde sudanês.
Apesar de uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos ter entrado em vigor na segunda-feira de manhã, combates de baixa intensidade continuaram.
Os combates seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.
Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.
Vários países, incluindo Portugal, estão a retirar os seus cidadãos do Sudão, devido aos intensos combates.
Vinte portugueses que pretendiam deixar o Sudão já foram retirados no país, informou na quarta-feira, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que revelou permanecerem no território dois cidadãos nacionais.
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