Sami Elhaj é um dos cidadãos britânicos que foi retirado do Sudão, onde o conflito entre duas forças pela luta pelo poder se adensou nas últimas semanas, nomeadamente, na capital, Cartum.
"O que eu vi lá foi uma loucura, aterrador", explica o jovem, de 26 anos, que conseguiu sair do país num voo para Larnaca, no Chipre, juntamente com centenas de outras pessoas que tentavam sair do país durante um cessar-fogo de 72 horas. "Nunca estamos à espera de que algo assim nos aconteça", notou o jovem, que foi criado em Birmingham, no Reino Unido.
"Fui para dar apoio à minha família depois da morte do meu pai", explicou em declarações ao Guardian. Confessando que está "aliviado" por estar fora de território sudanês, lembra quem ficou, aqueles que "queriam estar" onde ele está agora - fora de uma zona de conflito.
Para além do britânico, também dezenas de americanos e de australianos conseguiram sair do país durante as tréguas, que entraram em vigor na segunda-feira, em aviões militares, de acordo com os respetivas fontes diplomáticas citadas pelo Guardian. Também portugueses que demonstraram interesse em sair do país o conseguiram fazer esta semana. De acordo com o que o ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou na quarta-feira, já 20 portugueses tinham saído deste país. Um dos portugueses que permanece no país está no "sul do país por opção própria" e o outro aguarda por uma deslocação no quadro das Nações Unidas, adiantou ainda o ministério tutelado por João Gomes Cravinho.
Khadija Mohamed, que tem dupla nacionalidade, voou também até Larnaca com a ajuda do Reino Unido, e descreve ao Guardian que o que viu não só os tiroteios, mas também cadáveres espalhados nas ruas.
"Foi horrível", contou à publicação britânica a mulher, de 53 anos, explicando que a passagem pelos pontos militares foi terrível. "Eu estava, e estávamos todos assustados", começou por dizer, detalhando: "Cada vez que tínhamos de mostrar o passaporte era muito assustador. Tinha o estômago na boca".
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