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Arcebispo de Bangui agradece ajuda de militares portugueses "experientes"

O arcebispo de Bangui, cardeal Dieudonné Nzapalainda, agradeceu hoje a Portugal por enviar para a República Centro-Africana (RCA) soldados "experientes, aguerridos" que estão ali para proteger a população.

Arcebispo de Bangui agradece ajuda de militares portugueses "experientes"
Notícias ao Minuto

07:16 - 28/04/23 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

"O que vou dizer não é bajular, é a realidade. Os soldados portugueses que estão na República Centro-Africana são apreciados. É um grupo, enquanto unidade de elite, que muitas vezes intervém nos lugares mais difíceis e perigosos", disse em entrevista à Lusa o arcebispo, que se deslocou a Portugal para participar no "III Mafra Dialogues- Diálogos Estratégicos e Diplomacia da Paz".

"Quando [os militares portugueses] chegam, os rebeldes fogem porque veem que são profissionais experientes, aguerridos e vêm para proteger a população", afirmou Dieudonné Nzapalainda, questionado sobre a participação de soldados portugueses, integrados na missão de estabilização de paz das Nações Unidas (Minusca) e nas duas missões internacionais estabelecidas pela União Europeia.

Portugal iniciou a sua participação na Minusca em 2017, tratando-se do mais importante envolvimento nacional em operações de paz, segundo o Governo português.

Estão envolvidos na Minusca 215 militares e 45 meios, e 31 militares nas missões da União Europeia, segundo a informação que consta da página oficial do Estado-Maior General das Forças Armas.

Independentemente do tempo que ficam, "seja uma semana, duas semanas, um mês" estes militares trazem "o alívio necessário para as pessoas respirarem, porque vidas humanas são preservadas, porque a violência é adiada, porque a morte é adiada, ou mesmo problemas que iriam surgir", afirmou.

O mesmo não se passa com todos os grupos que integram essas missões internacionais, referiu o cardeal, arcebispo de Bangui, apontando que há "muitas vezes outros grupos, talvez não bem preparados", e alguns que "deixarem os rebeldes praticar abusos (...) e isso não devia acontecer".

Por isso, sublinhou, cabe "dizer um grande obrigado a Portugal por enviar, para ajudar na consolidação da paz, estes grupos de soldados", com quem revelou que esteve algumas vezes.

"Vieram à arquidiocese. Vêm, falam comigo (...) eu acredito que a religião também tem um lugar nos seus corações, no trabalho que eles fazem", referiu o também presidente da Conferência Episcopal da África Central, e um dos três líderes da Plataforma inter-religiosa da RCA, juntamente com o líder da Comunidade Islâmica e o presidente da Aliança Evangélica do país, criada após a crise que se instalou no país em 2013.

O trabalho levado a cabo por esta estrutura, no meio da violência em que a RCA caiu após o derrube do ex-presidente François Bozizé, tornou possível chegar a acordos de cessar-fogo no país, onde o conflito é, desde 2018, considerado de baixa intensidade, mas persiste, e o controlo do território é dividido entre as forças do Presidente Faustin-Archange Touadéra e vários grupos armados.

A organização intergovernamental Kaiciid - Centro de Diálogo Internacional debate, em Mafra, a importância do diálogo inter-religioso e intercultural no atual contexto geopolítico e o arcebispo de Bangui participa como orador convidado, dando o exemplo concreto desse diálogo na construção da paz na República Centro-Africana.

Leia Também: Arcebispo de Bangui pede diálogo para a paz no Sudão

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