Estes trabalhadores, pertencentes a várias organizações humanitárias, foram transferidos para o Chade, como confirmou o governador do Darfur do Norte, Nimir Mohamed Abdelrahman, em declarações à agência noticiosa DPA.
A operação inclui pessoal do Programa Alimentar Mundial (PAM), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da própria UNITAMS, bem como do Conselho Norueguês para os Refugiados.
A UNITAMS agradeceu a França a sua ajuda na operação.
"Muito obrigado à França pela retirada dos membros do pessoal da ONU e de outras organizações de El Fasher", declarou a UNITAMS num comunicado, acrescentando que o representante especial do secretário-geral da ONU para o Sudão, Volker Perthes, "permanecerá no país com uma pequena equipa da UNITAMS".
"Esperamos poder retomar em breve as nossas atividades no Darfur e em todo o Sudão", acrescentou.
O Sudão entrou hoje no décimo quarto dia consecutivo de confrontos entre o exército e as RSF, um conflito que já fez mais de 500 mortos e mais de 4.000 feridos e obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.
As duas partes envolvidas no conflito iniciaram hoje uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos e a Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros no Sudão e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária. Nos últimos dias, apesar de terem sido anunciadas tréguas, têm-se verificado combates de baixa intensidade.
Vários países já concluíram as operações de retirada dos seus cidadãos e pessoal diplomático no Sudão, mas outros continuam o processo por terra, mar e ar. Vinte portugueses que pretendiam deixar o Sudão já foram retirados no país, informou na quarta-feira, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Pelo menos 512 pessoas foram mortas e 4.193 ficaram feridas desde o início dos combates, principalmente em Cartum e Darfur (oeste), divulgou na quarta-feira o Ministério da Saúde sudanês.
Os combates seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição. Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.
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