Governo guineense: Cortes de energia não têm a ver com falta de pagamento
O governo da Guiné-Bissau esclareceu hoje que os cortes de energia que têm ocorrido na capital guineense não estão relacionados com a falta de pagamento à empresa turca, que fornece energia elétrica à cidade.
© Lusa
Mundo Guiné-Bissau
"A dívida existe e neste momento está a ser paga. O Tesouro Público já desembolsou até ontem mais de 4,6 milhões de dólares [4,16 milhões de euros] para regularizar parcialmente a dívida que a EAGB [Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau] tem com a Karpower", afirmou Mamadu Baldé, secretário de Estado do Tesouro.
Baldé falava após um encontro com a direção da EAGB, empresa que está a ser gerida pelo consórcio constituído pela EDP, Águas de Portugal e a Leadership Business Consulting ao abrigo de um contrato com o Banco Mundial.
O fornecimento de energia elétrica a Bissau é feito através da central elétrica flutuante da empresa turca Karpower.
"Mas, insisto, as avarias que se têm verificado na rede são técnicas. Não há uma ligação entre os cortes por avaria técnica e o atraso no pagamento", precisou o secretário de Estado.
Segundo o governante, as faturas em atraso eram sete e o Governo pagou duas na quinta-feira, ficando a faltar cinco, mas já uma carta de crédito cobre três, salientando que falta pagar à empresa turca mais 3,8 milhões de dólares (3,4 milhões de euros).
Questionado se não deveria ser a empresa a assumir os pagamentos, o secretário de Estado do Tesouro disse que era "bom saber se o que os clientes pagam chega para fazer face às despesas de tesouraria".
"A EAGB tem um défice orçamental mensal de mil milhões de francos cfa (1,5 milhões de euros). Entre aquilo que fatura e aquilo que deve pagar e entre aquilo que paga está a Karpower, os impostos ao Estado, a segurança social e o endividamento", disse Mamadu Baldé.
O secretário de Estado salientou que há um problema de tesouraria, que só se resolve com o aumento de receitas, mas, lembrou, que o Estado é o dono da empresa, visto ser o único acionista.
O diretor-geral da EAGB, Mário Pereira, disse saber que é "sempre um problema para os clientes quando faltam bens básicos", mas que é uma preocupação constante da EAGB garantir o fornecimento de bens essenciais.
"Estamos num processo de renovação da rede. As redes, quer de água, quer de eletricidade, são bastante antigas, nós com parceiros internacionais, estamos a renovar essa rede e a criar condições para a melhoria do fornecimento, isso leva o seu tempo e nós nesta fase estamos num período de manutenção de infraestruturas que temos vindo a receber", disse Mário Pereira, garantindo que a empresa está empenha em minimizar os problemas técnicos e operacionais.
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