Um grupo de 100 personalidades de várias áreas - desde a literatura ao cinema - enviou, esta sexta-feira, uma carta aberta ao presidente russo, Vladimir Putin, na qual pediram a "libertação imediata" do opositor do regime Alexei Navalny.
"Enquanto lhe escrevemos, e como sabe, Alexei Navalny está encarcerado na prisão IK-6, uma das mais severas colónias do vosso país", lê-se na carta dirigida ao "presidente Putin", que foi assinada por atores como Jude Law, Alan Cumming, Benedict Cumberbatch, além das escritoras Margaret Atwood, JK Rowling e do escritor Salman Rushdie.
"É mantido lá em estrito isolamento, confinado a uma cela do tamanho de uma casota de um cão, sem ventilação. Visitas dos familiares e telefonemas estão proibidos, conversas privadas com os seus advogados foram recusadas. Mesmo sofrendo constantemente com febre, ele é obrigado a ficar de pé o dia todo", acrescentam.
As 100 personalidades quiseram juntar-se "às vozes dos médicos que exigem que assistência médica independente seja enviada" a Navalny, bem como às dos "advogados e deputados que exigem que Alexei Navalny pare de ser torturado e receba os cuidados necessários rapidamente".
"Alexei Navalny está detido sob acusações que nenhum sistema judicial independente do mundo poderia aprovar. Apoiamos o apelo do governo alemão, das autoridades americanas e da União Europeia e pedimos sua libertação imediata. A decisão é sua", conclui a carta.
A huge thank you to all of those who once again called for Alexei @navalny's release: Benedict Cumberbatch, David Duchovny, JK Rowling, Jude Law, Thom Yorke, Jonathan Franzen and Vanessa Redgrave.
— The Anti-Corruption Foundation (@ACF_int) April 28, 2023
We deeply appreciate your support!#FreeNavalny pic.twitter.com/ivvjAN0TWX
Entre os 100 signatários da carta, além dos já referidos, encontram-se nomes como Svetlana Alexievich, JM Coetzee, Herta Mueller, Orhan Pamuk, Olga Tokarczuk e Mario Vargas Llosa, todos vencedores do Prémio Nobel da Literatura.
Sublinhe-se que o opositor do regime do presidente russo estava a cumprir pena em liberdade condicional após ter sido acusado de fraude – uma acusação que diz ter sido fabricada – quando foi envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novitchok, em agosto de 2020.
Após aquela que considera ser uma tentativa de assassinato por parte do Kremlin, o opositor de 46 anos foi transferido, a pedido da mulher, da Sibéria para a Alemanha para recuperar. Foi detido ao voltar para a Rússia, a 17 de janeiro de 2021.
Inicialmente, recebeu uma sentença de dois anos e meio de prisão por violação da liberdade condicional, mas, no ano passado, foi condenado a nove anos de prisão por "fraude" e "desrespeito do tribunal", estando a cumprir a pena numa prisão de segurança máxima situada 250 quilómetros a leste de Moscovo.
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