Sudão. Partes em conflito abertas para negociações
Os generais em guerra no Sudão acordaram o envio de representantes para negociações, em princípio na Arábia Saudita, afirmou o representante das Nações Unidas no país, no momento em que ambas as partes continuam os confrontos em Cartum.
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Caso a negociações venham a ter lugar, incidirão inicialmente no estabelecimento de um cessar-fogo "estável e confiável", disse à Associated Press Volker Perthes, deixando, contudo, o alerta sobre as dificuldades para que as negociações aconteçam.
Uma série de tréguas temporárias ocorridas na semana passada amenizou os combates apenas em algumas áreas, enquanto fortes batalhas continuaram noutras, expulsando civis das suas casas e empurrando o Sudão para um desastre ainda maior.
Grupos humanitários têm tentado repor o auxílio num país em que quase um terço das 46 milhões de pessoas dependiam da ajuda internacional antes do eclodir da violência. A agência alimentar das Nações Unidas afirmou hoje que estava a terminar a suspensão temporária das suas operações no Sudão, implementada depois de três dos seus membros da equipa terem sido mortos na região de Darfur, devastada pela guerra, no início dos combates.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) retomará a distribuição de alimentos em quatro províncias -- al-Qadaref, Gezira, Kassala e Nilo Branco -- trabalhando em áreas onde a segurança permitir, disse a diretora-executiva Cindy McCain.
O número de pessoas que precisam de ajuda "crescerá significativamente à medida que os combates continuarem", acrescentou. "Para melhor proteger os nossos trabalhadores humanitários necessários e o povo do Sudão, o conflito deve parar", enfatizou.
Entretanto, cerca de 300 pessoas, incluindo perto de 100 norte-americanos, foram hoje transportados do Sudão para a Arábia Saudita por um navio dos EUA, de acordo com várias fontes.
O navio dos EUA transporta um total de 308 pessoas, segundo a televisão estatal Al-Ekhbariya, que mostra pessoas com t-shirts vermelhas onde se lê "Embaixada dos EUA", no porto de Jeddah, na Arábia Saudita.
A bordo do navio encontram-se 105 americanos, mais de 100 sudaneses e cidadãos de 15 outros países, disseram à AFP duas fontes oficiais sob anonimato.
Nem o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita nem a embaixada dos EUA em Riade confirmaram o número e as nacionalidades dos passageiros do navio.
Os Estados Unidos organizaram dois comboios terrestres para Porto Sudão, no Mar Vermelho, 850 quilómetros a leste de Cartum, o ponto de partida dos navios de evacuação para a Arábia Saudita, disse no domingo o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Washington facilitou a partida de cerca de mil americanos do Sudão, acrescentou.
Por seu lado, a Arábia Saudita declarou ter retirado mais de 5.000 cidadãos sauditas e estrangeiros entre 15 e 30 de abril.
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