"Somos resilientes, não podemos render-nos e marcharemos até conseguir um salário digno", explicou uma manifestante à agência Lusa.
Florangel Martínez, de 60 anos e emprega de limpeza, estava em Chacaíto (leste de Caracas) a participar numa marcha convocada pela oposição.
"Marcharei, marcharei e voltarei a marchar quantas vezes sejam necessárias. Não posso ficar parada enquanto a situação no país se agrava e a inflação nos come o salário", disse.
Por outro lado, explicou que o salário mínimo dos venezuelanos é de 5 dólares (4,5 euros) mensais, que teve "a sorte" de trabalhar para uma empresa privada onde lhe pagam 20 dólares (18 euros) semanais, que "quase não dá para mais nada do que para pagar medicamentos".
Por isso, decidiu fazer, aos fins de semana, bolos, broas e sumos, que tenta vender nas ruas para ter "um dinheirinho extra", principalmente aos dias de quinzena, "quando as pessoas recebem o salário (quinzenal) e compram algo".
Em Guaicaipuro (centro de Caracas), Rángel Azuaje participava numa manifestação convocada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela porque acredita que nos próximos dias o Governo vai anunciar um aumento do salário.
Na expectativa, diz que os venezuelanos têm de combater as sanções internacionais porque estão a afetar a importação e exportação de produtos.
"Para vender petróleo, somos obrigados a conseguir mecanismos para evitar as sanções e, quando compramos também, tudo isso gera gastos adicionais que encarecem os produtos", frisou.
No entanto, admitiu que, com a economia local a adotar a fixação dos preços em dólares, a Venezuela está perante o desafio de os salários serem também pagos em dólares.
No entanto, Rángel Azuaje acredita que isso não acontecerá em breve.
Leia Também: Nicolás Maduro aumentou os subsídios de alimentação e de guerra