Sub-secretária-geral da ONU inicia visita ao Brasil

A sub-secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Alice Wairimu Nderitu, iniciou hoje uma visita ao Brasil, em que discutirá com autoridades e representantes da sociedade civil local sobre a situação das populações indígenas e afrodescendentes.

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Lusa
02/05/2023 19:14 ‧ 02/05/2023 por Lusa

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A alta funcionária da ONU, que também é assessora especial para a Prevenção do Genocídio, iniciou sua visita de 11 dias na capital do país, Brasília, onde se reuniu com diferentes representantes governamentais responsáveis ??por políticas para minorias, informaram porta-vozes das Nações Unidas.

Wairimu Nderitu ficará no Brasil até 12 de maio, período em que visitará diversas cidades para ouvir diferentes autoridades, representantes de organizações não-governamentais e porta-vozes das próprias comunidades indígenas e quilombolas (descendentes de escravos africanos que fugiram dos cativeiros que lhes eram impostos e criaram comunidade em zonas isoladas do país).

O objetivo da sua visita é "entender melhor os acontecimentos recentes ocorridos no país", especialmente a "situação dos povos indígenas, afrodescendentes e grupos e comunidades vulneráveis", explicou o Escritório da ONU no Brasil, em comunicado.

No final da visita, no Rio de Janeiro, Wairimu Nderitu concederá entrevista coletiva para divulgar as suas conclusões preliminares.

A sua primeira visita ao maior país latino-americano ocorre logo após o Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mandar a polícia abrir inquérito para apurar o possível genocídio da etnia indígena Yanomami, que vive uma crise humanitária após a invasão de seu território por milhares de mineradores ilegais.

Apesar da intensa operação do Governo para expulsar os invasores da maior terra indígena do país, localizada na Amazónia e na fronteira do Brasil com a Venezuela, no sábado um indígena morreu e outros dois ficaram feridos num ataque armado por mineradores a uma aldeia indígena Yanomami.

Segundo relatório do Conselho Indigenista Missionário, organização brasileira sem fins lucrativos ligadas à Igreja Católica, 176 integrantes de diferentes etnias foram assassinados no Brasil em 2021, ano em que a Articulação dos Povos Indígenas denunciou o Governo brasileiro, então liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, perante a ONU por se sentir vítima de genocídio.

Um relatório da Comissão Pastoral da Terra, também ligada ao episcopado da Igreja Católica, concluiu que 47 pessoas foram mortas no ano passado no Brasil em conflitos pela posse de terras, sendo 18 indígenas.

"A visita da subsecretária da ONU é para colher informações para um relatório sobre a situação no Brasil. Ela poderá expressar suas preocupações sobre os factos de que é informada e oferecer recomendações para evitar uma escalada de violência contra as minorias", garantiu o ativista Paulo Abrão, ex-secretário da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Leia Também: Apoio da China dúbio em resolução da ONU que refere "agressão" russa

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