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EUA tomam com "cautela" informação sobre ataque de 'drones' ao Kremlin

Os Estados Unidos afirmaram hoje encarar com "muita cautela" as declarações da Rússia de que abateu na terça-feira à noite dois 'drones' ucranianos cujo alvo era o Kremlin, em Moscovo.

EUA tomam com "cautela" informação sobre ataque de 'drones' ao Kremlin
Notícias ao Minuto

18:14 - 03/05/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Vi a informação. Não posso confirmá-la, não sabemos", disse o chefe da diplomacia norte-americano, Antony Blinken, acrescentando, contudo: "Eu encararia tudo o que vem do Kremlin com muita cautela".

O Kremlin acusou hoje a Ucrânia de tentar assassinar o Presidente russo, Vladimir Putin, nesse ataque com 'drones' que terá visado a sede da Presidência russa na noite passada.

"O regime de Kiev tentou atacar a residência do Presidente russo no Kremlin", afirmou a Presidência russa num comunicado publicado na sua página na Internet, indicando que as forças militares intercetaram eletronicamente dois aparelhos aéreos não-tripulados "que se dirigiam para o Kremlin".

Os dois 'drones' abatidos caíram dentro do recinto sem causar danos ou feridos e Putin "continua a trabalhar como habitualmente", acrescentou o Kremlin.

"Estas ações são um ataque terrorista planeado, um atentado contra a vida do Presidente da Federação Russa cometido nas vésperas do Dia da Vitória e do desfile militar de 09 de maio", lê-se no comunicado, em que se reserva "o direito de tomar medidas de retaliação onde e quando se considere oportuno".

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu que a parada militar na Praça Vermelha, em Moscovo, se mantém como previsto.

A autarquia de Moscovo proibiu hoje os voos de 'drones' não-autorizados sobre a capital russa.

O presidente da câmara, Serguei Sobyanin, afirmou que a proibição se destina a impedir o voo de 'drones' que possam "atrapalhar o trabalho das forças da ordem".

Entretanto, o próprio Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já se pronunciou sobre a acusação, declarando: "Nós não atacámos Putin".

"Deixamos isso para o tribunal. Estamos a combater no nosso território, a defender as nossas aldeias e as nossas cidades", afirmou o chefe de Estado ucraniano numa conferência de imprensa em Helsínquia, com os dirigentes de países do norte da Europa.

Antes dele, já um dos seus conselheiros, Mykhailo Podoliak, tinha garantido que a Ucrânia não teve qualquer responsabilidade no ataque de 'drones' ao Kremlin cuja autoria Moscovo lhe atribui.

"É claro que a Ucrânia não tem nada que ver com os ataques de 'drones' contra o Kremlin", disse Podoliak.

"Tais declarações encenadas pela Rússia devem ser consideradas apenas como uma tentativa de arranjar um pretexto para um grande ataque terrorista na Ucrânia", defendeu.

Para este assessor, se o ataque tivesse sido ordenado por Kiev - e teria sido o primeiro, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022 -, "não resolveria nenhum problema militar".

"Pelo contrário, incitaria a Rússia a ações ainda mais radicais contra a nossa população civil", argumentou Podoliak.

Segundo este conselheiro de Zelensky, Moscovo "tem muito medo do início das ofensivas da Ucrânia na linha da frente e está a tentar, de todas as formas, tomar a iniciativa, desviar as atenções".

Há vários meses que a Ucrânia diz querer realizar uma grande contraofensiva para recuperar as áreas ocupadas pela Rússia no sul e no leste do seu território, tendo nos últimos dias assegurado que os preparativos para esse ataque estão quase prontos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 434.º dia, 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Rússia intensifica ataques e proíbe 'drones' nas principais cidades

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