O relatório anual sobre os incêndios florestais na Europa, no Médio Oriente e no Norte de África em 2022 do Centro Comum de Investigação (JRC), da Comissão Europeia, dá conta que Portugal foi o terceiro país da União Europeia mais afetado pelos incêndios florestais em 2022, tendo as chamas consumido mais de 112.063 hectares.
Segundo o relatório, disponibilizado no âmbito do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla em inglês), a área ardida em Portugal no ano passado foi apenas ultrapassada pela área ardida em Espanha, com 315.705 hectares, e na Roménia, com 162.518 hectares.
Já em relação ao número de incêndios, Portugal ficou em quarto lugar com o maior número de fogos da UE, depois Espanha (1.490), Roménia (1.432) e Itália (1.426).
"Foi a pior época de incêndios em Portugal desde 2017 e foi o terceiro país da UE mais afetado", precisa o documento, segundo o qual, ao contrário do que aconteceu em muitos outros países, março de 2022 foi "um mês tranquilo" e quase todos os danos ocorreram em julho e agosto.
O relatório aponta 2022 como o segundo pior ano na Europa em termos de áreas ardidas e número de incêndios desde 2006.
Segundo o documento, a área ardida na União Europeia, estimada em 881.275 hectares, foi a segunda maior de sempre, apenas atrás do ano de 2017 e os estados-membros mais atingidos foram, por ordem decrescente Espanha, Roménia e Portugal.
De acordo com o relatório, a análise preliminar dos prejuízos económicos decorrentes dos incêndios florestais na UE estima perdas de cerca de 2,5 mil milhões de euros.
Este ano, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), registaram-se 2.454 incêndios rurais que provocaram 7.604 hectares, o equivalente a três quartos da superfície do concelho de Lisboa.
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