Mundo "falhou" em evitar a guerra no Sudão, diz Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considerou hoje que o mundo "falhou" em evitar a guerra entre dois generais que está a dilacerar o Sudão.

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Lusa
03/05/2023 20:48 ‧ 03/05/2023 por Lusa

Mundo

Sudão

"Podemos dizer que não conseguimos evitar" a guerra, que apanhou a ONU "de surpresa", reconheceu António Guterres numa conferência de imprensa na capital queniana, Nairobi.

"Um país como o Sudão (...) numa situação económica e humanitária tão desesperada não pode permitir-se uma luta pelo poder entre duas pessoas", acrescentou.

O caos que se vive no Sudão desde 15 de abril, quando os combates entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) começaram, está a afetar a distribuição de ajuda humanitária.

Em Nova Iorque, o porta-voz da ONU, Farhan Haq, anunciou hoje que o Programa Alimentar Mundial (PAM) perdeu 17.000 toneladas de alimentos dos seus armazéns no Sudão, saqueados durante os combates.

Farhan Haq, que fez o anúncio na conferência de imprensa diária da organização, não especificou que tipo de alimentos se tratava, mas disse que faziam parte das 80.000 toneladas que o PAM tinha antes do início do conflito entre o exército regular sudanês e as RSF.

O Sudão entrou hoje no 19.º dia consecutivo de confrontos entre o exército e as RSF, um conflito que já fez pelo menos 550 mortos e mais de 4.200 feridos e obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.

As duas partes envolvidas no conflito realizam hoje o terceiro e último dia de uma trégua, a terceira consecutiva, apesar de se continuarem a registar confrontos.

O Sudão do Sul, país vizinho e mediador desta trégua, anunciou hoje que os dois chefes militares rivais, os generais Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo, acordaram em princípio numa trégua de sete dias a partir de quinta-feira.

Os combates iniciaram-se após semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.

Leia Também: António Vitorino diz que Sudão "está à beira de catástrofe humanitária"

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