Usar ataque como desculpa? Medvedev respondeu ao "velho tolo" Borrell
O chefe da diplomacia europeia apelou à Rússia "para que não utilize este alegado ataque" contra o Kremlin "como uma desculpa para continuar a escalada da guerra".
© Contributor/Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
Josep Borrell, alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, alertou, esta quinta-feira, a Rússia para não utilizar o “alegado ataque” com drones contra o Kremlin “como uma desculpa para continuar a escalada da guerra”.
A resposta russa não se fez tardar com o ex-presidente e atual presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, a garantir a Borrell, “um velho tolo e insolente”, que é “exatamente à escalada do conflito” que o “ataque terrorista cometido pelas autoridades de Kyiv, orientado pelos EUA e aprovado pela liderança da UE” conduzirá.
“Borrell pronunciou-se contra a utilização do ataque ao Kremlin para uma eventual escalada do conflito. Um velho tolo e insolente”, começou por referir Medvedev, na rede social Twitter.
“É exatamente à escalada do conflito que ele conduzirá, o ataque terrorista cometido pelas autoridades de Kyiv, orientado pelos EUA e aprovado pela liderança da UE. É exatamente isso que Washington e muitos idiotas em Bruxelas querem”, atirou.
Borrell has spoken out against using the attack on the Kremlin for possible further escalation of the conflict.
— Dmitry Medvedev (@MedvedevRussiaE) May 4, 2023
An impudent old fool.
It is exactly to the escalation of the conflict it will lead, the terrorist attack committed by the Kiev authorities, guided by the US, and…
Em declarações aos jornalistas, antes de uma reunião em Bruxelas, Borrell apelou à Rússia “para que não utilize este alegado ataque como uma desculpa para continuar a escalada da guerra”.
“É isso que nos preocupa: isto pode ser usado para justificar mais recrutamento de pessoas, mais soldados, mais ataques à Ucrânia”, disse o responsável europeu, citado pela AFP.
“Ouvi o presidente Zelensky, que afirmou claramente que a Ucrânia não está envolvida nos ataques, que está a defender o seu país, mas que está a lutar no seu território, que não está a atacar o território russo”, acrescentou.
O Kremlin acusou as autoridades ucranianas de terem tentado assassinar o presidente russo, Vladimir Putin, num ataque com drones, levado a cabo na noite de terça-feira, sob a orientação de Washington.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu que Kyiv não é responsável pelo alegado ataque. “Não atacámos nem Putin, nem Moscovo”, asseverou. Também a Casa Branca já afirmou que as acusações são “ridículas”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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