A rede tinha uma complexa estrutura logística que geria desde a produção da droga no exterior e a sua posterior entrada e distribuição no Brasil até aos embarques do porto brasileiro de Paranaguá para Algeciras (Espanha) e outros destinos na Europa, acrescentou a polícia.
As ações foram realizadas em oito estados do país (Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo), onde cerca de 500 polícias federais e civis, apoiados por 20 agentes da Receita Federal, que planeavam cumprir 30 mandados de prisão e 87 buscas.
Segundo as autoridades locais, Paranaguá, terminal portuário do estado do Paraná, no sul do país, era usado por criminosos para exportar grandes quantidades de cocaína que escondiam em contendores enviados para portos da Europa.
Os suspeitos "usaram ainda mergulhadores para colocar a droga em compartimentos submersos dos barcos", de acordo com o comunicado da Polícia Federal brasileira.
As investigações começaram após diversas apreensões de carregamentos de cocaína que tinham como destino terminais marítimos em Roterdão, Antuérpia, ambas na Holanda, e Algeciras.
Segundo as autoridades brasileiras, os lucros da rede de narcotráfico estavam a ser usados ??para comprar aeronaves, barcos, empresas, imóveis, armas e munições.
A organização também branqueou dinheiro através de investimentos em empreendimentos imobiliários de alto padrão desenvolvidos por diversas construtoras no litoral do estado brasileiro de Santa Catarina.
Até ao início da tarde de quinta-feira, as autoridades haviam apreendido 12 veículos, além de diversas armas, drogas e joias.
Da mesma forma, foram decretadas medidas de apreensão de bens e bloqueio de valores em contas bancárias com valor estimado em mais de 1.000 milhões de reais (181 milhões de euros).
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