Kyiv acusa Rússia de deter 20 mil civis ucranianos

O Provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets, acusou hoje a Rússia de manter em regime de detenção pelo menos 20 mil civis ucranianos nos territórios que ocupa na Ucrânia ou na própria Federação Russa.

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© Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
04/05/2023 18:24 ‧ 04/05/2023 por Lusa

Mundo

Dmytro Lubinets

"Penso que o número real é ainda muito maior", disse Lubinets, explicando que o seu gabinete está a fazer tudo o que é possível para garantir a libertação destes civis, bem como do seu regresso ao território controlado por Kyiv.

O Provedor de Justiça lembrou ainda que a Ucrânia criou um registo de pessoas desaparecidas para centralizar toda a informação disponível sobre os civis detidos pela Rússia nos territórios ocupados.

Lubinets lembrou que em janeiro passado entregou ao seu homólogo russo uma lista com os nomes de mais de dois mil civis ucranianos idosos ou doentes que se encontram em cativeiro, sob alçada russa, para tentar encontrar soluções que permitam a sua libertação.

De acordo com o Provedor de Justiça ucraniano, o pedido continua sem resposta.

Dmytro Lubinets pediu ainda aos aliados internacionais para que exerçam pressão sobre a Rússia e procurem mecanismos que garantam a libertação dos civis detidos pelas forças russas.

O representante denunciou também que 86% dos prisioneiros de guerra ucranianos libertados afirmaram ter sido sujeitos a tortura física ou psicológica pelos seus captores, e lançou duras críticas à atuação do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em relação a esta situação.

O provedor ucraniano criticou o CICV pela sua alegada inação no cumprimento do seu mandato de garantir que os prisioneiros de guerra recebam tratamento adequado de acordo com as disposições da Convenção de Genebra.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ofensiva militar russa causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

Leia Também: AO MINUTO: EUA atacaram Kremlin? "Ridículo"; 200 mil famílias sem luz

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