"Foi imposto um recolher obrigatório... A situação é tensa, mas está agora sob controlo", destacou hoje à agência France-Presse Awangbow Newmai, membro do governo do Estado de Manipur.
O governador deste Estado determinou "disparar em casos extremos".
A situação escalou esta quarta-feira durante uma manifestação de comunidades tribais em protesto contra a determinação de que os Meiteis, grupo étnico maioritário em Manipur, representando cerca de 50% da população, passe ser registado numa categoria que beneficia de medidas de discriminação positiva.
O Ministério da Defesa da Índia adiantou, através da rede social Twitter, que as forças de segurança retiraram pelo menos 7.500 pessoas de locais onde ocorreu a violência.
De acordo com a legislação indiana, aos integrantes das tribos inscritas na categoria em questão por discriminação positiva são reservadas quotas para a entrada em empregos públicos e matrículas em estabelecimentos de ensino, medidas destinadas a combater a discriminação e as desigualdades sistémicas.
Esta possibilidade encontrou forte rejeição por parte de outros grupos tribais do Estado, alertando que anularia as vantagens criadas para pessoas de comunidades minoritárias.
Após a decisão do Supremo Tribunal de Manipur, os membros das outras tribos organizaram protestos que foram crescendo em número e intensidade no último mês, até que as duas fações enfrentaram-se esta quarta-feira durante uma marcha, resultando na espiral de violência.
Numerosos edifícios foram queimados, incluindo igrejas, na sequência destes motins, como mostraram vários vídeos publicados nas redes sociais.
Em resposta, o Governo suspendeu ainda esta quarta-feira os serviços de Internet durante cinco dias e impôs um recolher obrigatório em várias áreas do Estado.
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