O presidente sérvio, Aleksander Vucic, revelou, esta sexta-feira, que propôs ao governo a restauração da pena de morte no país, lamentando ter-se se oposto à sua aplicação anteriormente. Esta posição foi partilhada depois de, numa só semana, terem ocorrido dois tiroteios, que causaram vários mortos, na Sérvia.
"Propus à primeira-ministra [Ana Brnabic] trazer de volta a pena de morte, mas ela e o governo são contra, pois neste caso seríamos os únicos, juntamente com a Bielorrússia, a ter pena de morte na Europa", disse o chefe de Estado, segundo citam algumas agências internacionais, nomeadamente a TASS, durante um discurso ao país.
"Evidentemente, não podemos [fazer isso] por causa de algumas convenções 'muito inteligentes'. Uma vez eu também fui contra a pena de morte, mas agora lamento ter tido tal posição", acrescentou.
Recorde-se que, após um tiroteio na quarta-feira, em que um estudante de 13 anos matou os seus oito colegas e um guarda da escola no centro de Belgrado, um jovem matou oito pessoas com uma arma automática e feriu outras 14 em três aldeias da região de Mladenovac, cerca de 60 quilómetros a sul de Belgrado, na quinta-feira à noite.
O suspeito foi detido na sexta-feira de manhã na região de Kragujevac (centro), após uma caça ao homem que durou toda a noite.
Face ao sucedido, o presidente sérvio anunciou hoje um ambicioso plano de desarmamento destinado a recuperar as centenas de milhares de armas nas mãos da população deste país do Balcãs.
Aleksander Vucic, que considerou os dois incidentes como atos terroristas, anunciou uma revisão da licença de porte de armas ligeiras, além das armas pertencentes a caçadores, com o objetivo de reduzir o número de cerca de 400.000 para "não mais de 30.000 a 40.000".
Na Sérvia, que conta com cerca de 6,8 milhões de habitantes, as pessoas possuem legalmente mais de 765.000 armas, incluindo perto de 360.000 de caça, segundo os dados apresentados pelo chefe de Estado sérvio.
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