Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial da Ucrânia, recorreu às redes sociais, esta sexta-feira, para criticar o discurso de algumas figuras russas, como o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ou o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.
Para Podolyak, as declarações destes responsáveis são destinadas "ao consumidor doméstico pouco exigente" e "nada" têm a ver "com a realidade" da guerra na Ucrânia.
"Quaisquer declarações feitas por atores russos, incluindo Lavrov, Peskov, Medvedev e, claro, Prigozhin (Wagner), são destinadas exclusivamente ao consumidor doméstico pouco exigente. Não têm nada a ver com a realidade da guerra e geralmente indicam uma forte tensão mental pessoal", notou.
"Informações reais sobre a guerra e Bakhmut estão apenas nos relatórios dos militares ucranianos", acrescentou ainda.
Any statements made by Russian actors, including Lavrov, Peskov, Medvedev, and, of course, Prigozhin (PMC Wagner), are aimed exclusively at the domestic undemanding consumer. They have nothing to do with the realities of the war and usually indicate a strong personal mental…
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) May 5, 2023
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 436.º dia, 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Dia da Vitória. Berlim proíbe bandeiras russas e ucranianas em celebração