Hamas lamenta acordo entre Israel e AP para explorar gás em Gaza

O movimento islâmico Hamas, que governa de facto Gaza desde 2007, lamentou um alegado acordo entre Israel e a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) para extrair gás do mar ao largo da costa da faixa de Gaza.

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Lusa
07/05/2023 10:04 ‧ 07/05/2023 por Lusa

Mundo

Faixa de Gaza

"O Hamas não permitirá que a ocupação israelita transforme a questão do gás de Gaza numa ferramenta para aprovar acordos políticos ou de segurança com outras partes (aludindo à ANP). A única autoridade autorizada a dispor dessa riqueza é um governo nacional eleito pelo povo palestiniano (referindo-se ao Hamas)", disse o porta-voz do movimento em Gaza, Hassan Qassam.

O grupo islamita palestiniano reagiu às informações publicadas pelo canal de televisão israelita Canal 13 sobre as negociações que estão a ser realizadas há semanas por altos funcionários de Israel e da ANP - entidade liderada pelo presidente palestiniano Mahmoud Abbas, que governa pequenas partes da Cisjordânia ocupada.

A ANP, liderada pelo partido Fatah, e o Hamas estão a disputar a liderança do povo palestiniano desde 2007, quando um Governo de unidade nacional fracassou, um ano depois de o grupo islâmico ter vencido as eleições legislativas.

Embora enfraquecida e sem influência em Gaza, a ANP é a única entidade aceite por Israel e por grande parte da comunidade internacional como interlocutora dos palestinianos.

Segundo o Canal 13, as negociações têm a aprovação do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e do ministro da Defesa, Yoav Gallant.

"O povo palestiniano não precisa da permissão de ninguém. O gás de Gaza pertence ao nosso povo e não permitiremos que seja usado para aprovar acordos políticos ou de segurança. (...) O povo palestiniano tem pleno direito de beneficiar dos recursos naturais e do gás localizados na costa da Faixa de Gaza. Não precisamos da permissão de ninguém para dispor desse gás", disse o porta-voz do Hamas.

O canal de televisão acrescentou que este assunto foi discutido nas reuniões de segurança realizadas em Aqaba (Jordânia) e Sharm al Sheikh (Egito), em março passado, entre as delegações de Israel e da ANP.

Este encontros, com a mediação dos EUA, Egito e Jordânia, pretenderam reduzir as tensões no território, onde a violência do conflito é crescente, tendo provocado este ano a morte a 109 palestinianos e a 19 israelitas.

Nesses encontros - os primeiros contactos diretos entre as partes nos últimos anos - também foi acordado um trabalho para melhorar as condições económicas do povo palestiniano e a situação financeira da ANP, que passa por sérios problemas de liquidez.

O acordo de gás, que deixou de fora o Hamas, permitirá que a ANP receba parte dos recursos do desenvolvimento dos campos de gás Marine 1 e 2, localizados a cerca de 30 quilómetros da costa de Gaza.

Citando fontes oficiais israelitas, o Canal 13 noticiou que Israel gostaria que o Egito se envolvesse no projeto, na qualidade de Estado - já que a ANP não representa um Estado -, e pudesse mediar qualquer disputa que surgisse com o Hamas, já que o país árabe tem sido o principal intermediário entre Israel e as milícias de Gaza quando há conflitos.

A notícia das negociações para explorar o gás chega dias depois de uma nova troca de tiros entre Israel e as milícias de Gaza, lideradas pelo Hamas e a Jihad Islâmica da Palestina, que, na terça e quarta-feira, lançaram mais de uma centena de foguetes em vingança pela morte de um prisioneiro palestiniano em greve de fome, à qual o exército israelita respondeu com um bombardeio na faixa.

Leia Também: Nações Unidas saúdam trégua na Faixa de Gaza

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