O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou na manhã deste domingo que recebeu promessas de munições e armamento necessários para continuar o seu ataque à cidade ucraniana de Bakhmut, por parte do Ministério da Defesa russo.
"Esta noite, pela primeira vez, recebemos uma ordem a afirmar que iremos receber as armas e as munições necessárias para continuar as ações de combate", disse Prigozhin numa mensagem de áudio transmitida no seu canal do Telegram.
O líder do grupo Wagner indicou ainda que lhe foi garantido que "tudo será feito" para "que o inimigo ucraniano não ataque" e que o grupo Wagner pode agir em Bakhmut "da forma que achar conveniente".
Prigozhin também afirmou que o general Sergei Surovikin será o responsável por "tomar as decisões sobre as ações de combate de Wagner e a sua comunicação com o Ministério da Defesa".
Num outro vídeo publicado na madrugada de sexta-feira, Prigozhin acusou o ministro da Defesa russo e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de serem responsáveis pelas perdas do grupo paramilitar, recorrendo a vários palavrões, destaca o jornal The Guardian, reclamando que as suas forças no terreno não estavam a ser bem fornecidos.
De pé, num campo cercado por cadáveres, o russo afirmou: "Eles vieram aqui como voluntários e morrem para que você engorde os seus escritórios de mogno".
As declarações do líder do grupo paramilitar surgem dias depois de ter anunciado os seus planos de retirada de Bakhmut, em protesto pela falta de munições, revelando que o grupo estava a sofrer "perdas inúteis e injustificadas", pedindo permissão ao exército russo para entregar as posições na cidade ucraniana às tropas do líder checheno Ramzan Kadyrov.
O líder checheno, Ramzan Kadirov, expressou na sexta-feira a disposição para substituir o Grupo Wagner em Bakhmut com as suas unidades especiais.
Bakhmut, palco desde agosto de 2022 da mais longa e sangrenta batalha da guerra na Ucrânia, é atualmente o principal objetivo da campanha militar russa.
Até agora, os mercenários e ex-presidiários recrutados por Prigozhin tomaram praticamente toda a cidade, onde os defensores ucranianos controlarão apenas 2,5 quilómetros quadrados.
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