Ucrânia: Putin acusa Kyiv de provocar uma catástrofe ao seu próprio povo

O chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, acusou hoje o poder ucraniano de ser um "regime criminoso" instaurado por um golpe de Estado e dobrigar o seu próprio povo a viver uma catástrofe.

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Lusa
09/05/2023 11:59 ‧ 09/05/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Rejeitando que a atual situação na Ucrânia foi provocada pela mais recente invasão russa (fevereiro de 2022), Putin disse num discurso na Praça Vermelha, em Moscovo, que o povo ucraniano "é refém de um golpe de Estado, do regime criminoso que foi instaurado, e dos poderes ocidentais".

"Foi a moeda de troca pelos planos lucrativos que quiseram levar a cabo", afirmou Putin, que se mostrou orgulhoso dos participantes da "operação militar especial", como é designada na Rússia a invasão da Ucrânia. 

Segundo Vladimir Putin, "todo o país apoia os heróis". 

"Neste momento, nada é mais importante que o vosso desempenho (...) Em vocês radica a segurança do país (Rússia), de vocês depende o futuro do nosso Estado e do nosso povo", disse o chefe de Estado da Rússia dirigindo-se aos militares. 

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse ainda que apesar de ter sido desencadeada uma "verdadeira guerra" contra a Rússia garantiu vitória e considerou "criminosa" a supremacia dos líderes ocidentais. 

"Outra vez, contra a nossa Pátria foi desencadeada uma guerra verdadeira. Mas nós vamos resistir ao terrorismo internacional e vamos também defender os habitantes do Donbás (leste da Ucrânia) e garantir a nossa segurança", disse Putin durante os desfiles militares na Praça Vermelha que assinalaram os 78 anos sobre a capitulação da Alemanha nazi, em 1945. 

Putin afirmou que a Rússia "não tem povos inimigos nem a Ocidente nem a Oriente" e como a maior parte dos países do mundo, o país aspira "um futuro pacífico, livre e estável". 

Ao mesmo tempo, acusou o Ocidente de esquecer o que aconteceu quando a Alemanha nazi tentou dominar o mundo ao desencadear uma guerra advertindo que a "ambição sem limites, a arrogância e permissividade acabam em tragédia". 

"Consideramos que qualquer ideologia de supremacia é por natureza repugnante, criminosa e mortal. As elites globais continuam a defender a exclusividade enfrentando as pessoas e a dividir a sociedade. Provocam conflitos sangrentos e golpes de Estado, semeiam o ódio, a russofobia e o nacionalismo agressivo", disse. 

Putin acusou as potências ocidentais " de imporem regras" e de, na realidade, forjarem "um sistema de pilhagens, violência e opressão" em que também se estão a destruir "os valores tradicionais".

"Parece que se esqueceram de quem dirigiu a aspiração demente dos nazis pelo domínio mundial e de quem destruiu esse monstruoso mal (...) e quem deu a vida pela libertação dos povos da Europa", disse Putin referindo-se ao Exército Vermelho da era soviética.

No final da parada militar, Putin e os únicos dirigentes estrangeiros presentes depositaram um ramo de flores no monumento ao Soldado Desconhecido, junto às muralhas do Kremlin.

Estiveram presentes os líderes da Bielorrússia, Arménia, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Tajiquistão e Turquemenistão. 

A Rússia assinala hoje o Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi.

O Dia da Vitória comemora a vitória europeia dos Aliados sobre o regime nazi, no final da Segunda Guerra Mundial, em 08 de maio 1945.

Nos países sob influência da antiga União Soviética, a partir de 1967, o Dia da Vitória começou a ser comemorado nos dias 09 de maio, referindo-se ao dia da capitulação das forças nazis perante as tropas soviéticas, e passou a ser considerado um dia feriado.

Na Rússia é assinalado oficialmente, todos os anos, desde 1995.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia desfilaram hoje no centro de Moscovo, dez mil soldados e foram exibidos 125 equipamentos militares, incluindo os tanques T-90; T-72 e T-14, além de peças de artilharia, baterias antiaéreas e mísseis de cruzeiro. 

Na Grande Guerra Patriótica, como é conhecida a campanha soviética durante a Segunda Guerra Mundial morreram 26 milhões de cidadãos soviéticos, entre os quais oito milhões de soldados, de acordo com os dados históricos oficiais. 

Leia Também: Embaixador da Ucrânia no Reino Unido sente "pena dos russos"

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