Declaração de Guterres sobre a paz é "surpreendente", afirma Podolyak
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, opinou numa entrevista sobre um eventual fim da guerra na Ucrânia, considerando que "infelizmente" não acredita "que, neste momento, seja possível uma negociação para a paz".
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Mundo Guerra na Ucrânia
O conselheiro ucraniano do presidente Volodymyr Zelensky, reagiu às declarações do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, discordando da ideia de que a paz na Ucrânia "não é possível" neste momento.
"A declaração do secretário-geral da ONU, António Guterres, que a paz na Ucrânia é impossível agora, é um tanto surpreendente. Porque a paz é bem possível", começou por dizer Mykhailo Podolyak, numa publicação na rede social Twitter, na qual enumerou três pontos.
Assim, um acordo de paz será possível entre os dois países em guerra se "o agressor for finalmente lembrado dos artigos relevantes da Carta ONU e for educadamente convidado a deixar o território estrangeiro".
"Se a Federação russa deixar de ser considerada parte da ONU e do Conselho de Segurança da ONU", será outra questão importante. E a paz será alcançável "se a Rússia retirar as suas tropas da Ucrânia".
Polodyak salienta, por fim, que "não há necessidade de criar ideias e justificar o desamparo artificial quando tudo é óbvio".
Statement by UN Secretary-General @antonioguterres that "peace in Ukraine is impossible now" is somewhat surprising. Because peace is quite possible if...
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) May 9, 2023
1. The aggressor is finally reminded of the relevant articles of the #UN Charter and "politely" asked to leave foreign…
De recordar que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recebeu esta terça-feira o Prémio Europeu Carlos V, em Espanha. No âmbito da sua visita ao país vizinho, concedeu uma entrevista ao El País onde deu a sua sincera opinião sobre um eventual fim da guerra na Ucrânia.
"Infelizmente, não acredito que, neste momento, seja possível uma negociação para a paz", começou por afirmar Guterres, explicando que isso não acontece dado que "ambas as partes [deste conflito] estão convencidas de que podem ganhar".
O antigo primeiro-ministro português disse que também não vê "qualquer possibilidade de [se] obter imediatamente (...) um cessar-fogo abrangente".
O secretário-geral da ONU lembrou que "a Rússia não quer fazer uma retirada do território ucraniano" e que, por outro lado, a Ucrânia ainda "tem a esperança de retomar" esses mesmos territórios.
Perante esta situação, António Guterres refere que o seu objetivo "é que seja possível, não imediatamente, encontrar uma paz que seja justa, em conformidade com a lei internacional e com a carta das Nações Unidas". "Estamos, na medida do possível, a estabelecer o diálogo para resolver os problemas mais concretos", referiu, lembrando o acordo feito para a exportação de cereais.
Guterres disse esperar que seja possível, no futuro, levar as duas partes à mesa das negociações.
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